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Oposição tem domínio na principal comissão em Mauá
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
01/10/2003 | 20:49
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O presidente da Câmara de Mauá, Diniz Lopes (PL), indicou nesta quarta-feira dois vereadores da oposição – Manoel Lopes (PFL) e Lourival Lolô Fargiani (sem partido) – para integrar a Comissão de Justiça e Redação, a mais importante do Legislativo. As duas vagas estavam desocupadas porque Claudete Porto e Terezinha Luiz Ferreira, a Teka, trocaram o PL pelo PDT, e a legislação prevê perda automática das funções em caso de desfiliação partidária.

A decisão de Diniz poderá trazer dores de cabeça ao prefeito Oswaldo Dias (PT), já que os oposicionistas serão mais exigentes com relação aos projetos do Executivo. A comissão contará com apenas um governista: Alberto Betão Pereira Justino (PTB).

Diniz disse que escolheu os dois parlamentares da oposição para que haja um equilíbrio entre os Poderes Executivo e Legislativo. “Desse modo, a população estará bem representada”, resumiu.

Como Lolô perdeu o cargo de primeiro-secretário na Mesa Diretora porque pediu terça-feira a desfiliação do PL, Diniz decidiu dar a ele um lugar na principal comissão da Casa, alegando questão de confiança. “Eu admiro o Lolô pela sua lealdade”, afirmou.

Manoel Lopes, que integrava a Comissão de Finanças e Orçamento, já pediu desligamento, e disse que a postura de Diniz é “um reconhecimento” a sua atuação. “Sempre mantive a minha palavra com relação ao compromisso assumido entre 12 vereadores no ano passado para ganhar a Mesa Diretora”, disse.

Apesar de ser considerado um oposicionista radical, Manoel Lopes afirmou que terá “uma linha coerente e responsável” diante das propostas do Executivo. “Não vou barrar projeto de ninguém, desde que seja legal.”

No entanto, alertou que nenhum projeto irá para votação em plenário sem que esteja completo. Recentemente, o prefeito enviou matérias faltando documentos, e o fato causou muita polêmica na Casa. “Não vou permitir que os projetos sejam votados sem os documentos necessários. Isso não é radicalismo, é coerência”, disse o parlamentar, que ainda vai trabalhar com base em consultas feitas ao Cepam (Centro de Estudos e Pesquisa da Administração Municipal) e à NDJ Consultoria Jurídica. “Quando necessário, ainda faremos diligências”, completou.

Lolô disse ter ficado feliz com a indicação, e acha que Diniz sinalizou para uma maior independência da Câmara. “Com dois vereadores na Comissão de Justiça, a Câmara fica mais independente. Não vamos atravancar o desenvolvimento da cidade, mas teremos maior poder de fiscalização do Executivo e poderemos dar nossas opiniões nos projetos, além de sugestões para melhorá-los por meio de emendas”, concluiu.




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