A manutençao da taxa básica de juros em 16,5% nao desanimou o varejo para as vendas de fim de ano. Grande parte das lojas prevê um aumento de 15% no faturamento - expectativa que nao ultrapassou os 10% no ano passado, e a criaçao de mais postos de trabalhos. "O crescimento de empregos, diminuiçao de juros e, consequentemente, da rentabilidade dos bancos, refletirá em um aumento de crédito na praça e uma boa perspectiva para o Natal", afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associaçao Nacional dos Executivos de Finanças, Administraçao e Contabilidade (Anefac).
Expectativa - Oliveira estima ainda que o Banco Central derrube ainda mais a Selic, chegando a 15% até o final do ano. "A oferta de crédito no Brasil tem um efeito multiplicador no consumo, o que explica o otimismo do varejo para a data", entende Cláudio Felizoni, coordenador-geral do Programa da Administraçao de Varejo da USP (Provar).
A Associaçao Comercial do Rio de Janeiro também estima um aquecimento nas vendas, aliado ao aumento de vagas de vendedores extra-natal. "As lojas estao acreditando em um Natal melhor e o consumidor será beneficiado com mais vagas de trabalho e facilidades de pagamento", disse Omar Carneiro, vice-presidente da entidade.
Os lojistas, por sua vez, apostaram em parcelamentos mais amplos, estoques maiores e mais mao-de-obra para o Natal. "Esperamos um aumento de 15% nas vendas e contrataremos mais funcionários para dar conta do movimento", calcula Cláudia Simoes, dona da loja de roupas que leva o seu nome. A Leader Magazine duplicou o número de contrataçoes para o natal. "Esse ano abrimos 400 vagas", disse a diretora de RH, Suzy Gouveia.
No entanto, para o consultor de varejo e professor da Fundaçao Getúlio Vargas, Ulisses Reis, o varejo é um setor peculiar, uma vez que mexe com o lado emocional do comprador. "Em datas como o Natal, o consumidor nao leva a calculadora para as compras. Dessa forma, com a euforia do mercado, o aumento de vendas será uma conseqüência normal", compara o consultor.
A Anefac chama atençao para o movimento contínuo de alongamento dos prazos de financiamento e queda de juros no comércio. "O consumidor encontra uma taxa de juros no crediário de 6,95%, que deve cair para 6% até o fim do ano", afirmou o vice-presidente, Miguel Oliveira.
Ainda de acordo com a Anefac, os prazos para compras de computadores e eletrodomésticos, por exemplo, possuem uma média de parcelamento de 14 vezes, e a estimativa é que ainda o número de prestaçoes aumente mais ainda até o final do ano.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.