No local, vasos de cobre e placas de bronze que criminosos não conseguiram levar ficam guardados à espera da identificação das famílias
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Nem mesmo o Cemitério e Velório Municipal da Paulicéia está livre dos casos de furtos em São Bernardo. Ao andar pelos túmulos, é possível perceber que os espaços direcionados para as placas de identificação com os nomes e datas de nascimento e morte dos indivíduos estão vazios. Em alguns, os criminosos não conseguiram remover as lápides por completo e elas estão penduradas. Os vasos de cobre são encontrados com menos frequência no local, assim como as imagens soltas de santos em cima do sepulcro.
Com os casos frequentes, uma sala no cemitério foi destinada para itens que ficaram ‘pelo caminho’ durante a ação dos ladrões. No espaço, próximo à administração, estão placas de bronze e dezenas de vasos de cobres. Até mesmo mochila e carrinho de mão são guardados no local e sinalizam o que os criminosos costumam usar para carregar as peças furtadas.
“Esses delitos acontecem direto, principalmente de madrugada. O pessoal que mora ao redor dos prédios fala que já viu os ladrões pulando o muro. Quando encontramos algum material que não identificamos de quem é, levamos para essa sala. Nós achamos vasos e placas jogadas pelo cemitério. Os ladrões não conseguem carregar tudo e os objetos caem pelo caminho”, relata uma pessoa contratada pelas famílias que possuem túmulos no Cemitério da Paulicéia para limpeza dos espaços.
O Diário apurou que o policiamento no local só acontece em momentos pontuais, mas as notificações de furtos já duram há, pelo menos, dois anos. De acordo com uma fonte da reportagem, toda semana algum ato criminoso ocorre no cemitério. A GCM (Guarda Civil Municipal) é acionada e fica por um período no local.
Em abril deste ano, o advogado José Tomaz da Silva, 72 anos, foi informado de cinco furtos no túmulo da família – o que não é uma novidade para ele, que já notificou crimes de vasos de cobre.
“Agora, para nossa surpresa, quatro placas de bronze e o emblema do Cristo que tínhamos fixado foram furtados. Os ladrões deixaram só o mármore, praticamente”, comenta. Segundo ele, cada placa custa R$ 300, mas a parte financeira é a menos importante.
“Os prejuízos são das lembranças. Roubam dados dos nossos entes queridos. Fiz até boletim de ocorrência. Por ser um cemitério municipal, quem fica de vez em quando é a GCM. No último mês, soube que nem estão aparecendo mais, com justificativa de que as patrulhas estão direcionadas para as escolas, deixando, assim, outros órgãos públicos desamparados.”
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que a GCM tem intensificado rondas ostensivas no local e entorno, durante o dia e à noite. Além disso, o espaço conta com um vigilante escalado durante à noite.
O Diário apurou que o patrulhamento desse vigilante fica restrito ao prédio, onde estão localizadas as salas dos velórios.
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