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Na região, número de homicídios dobra em comparação com 2022

Dados da SSP mostram ainda alta nos furtos e roubos em geral no Grande ABC; Pasta afirma que analisa indicadores permanentemente

Renan Soares
03/04/2023 | 06:07
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(Foto: Arquivo/DGABC)
(Foto: Arquivo/DGABC) Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra width=

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Dobrou, no mês de fevereiro, o número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) na região em comparação ao mesmo período do ano passado. No total, 12 pessoas foram assassinadas no último mês – em média, três registros por semana –, ante seis ocorrências no ano passado. Os dados foram divulgados na última semana pela SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado).

De acordo com Édson Luís Baldan, professor de direito penal e criminologia da PUC–SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), no entanto, não se pode falar em alta generalizada na região. O especialista afirma que seria necessário, antes, fazer a comparação com as estatísticas do Estado, onde os dados apresentam estabilidade, com cinco homicídios a menos em fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Baldan ressalta a necessidade de observar o cenário dos próximos meses para se constatar a elevação, redução ou estabilização desses números, do ponto de vista de investigação e análise criminal.

Já sob a perspectiva da intervenção dos órgãos de segurança pública, o especialista afirma que “um pico estatístico, ainda que em um diminuto período e em uma área geográfica delimitada, deveria bastar para acender o sinal amarelo na prevenção e investigação dessa modalidade de crime, pois poderia indicar fatores sazonais e localizados que, não prontamente neutralizados, terão o potencial de incrementar ainda mais a quantidade de crimes”, analisa Baldan, que também foi delegado de polícia.

ALTA
O Grande ABC também apresentou alta nos furtos, de 1.788 para 2.010 casos (11%); e roubos, 1.561 para 1.733 (12,4%) registros. Neste caso, Baldan afirma que a elevação de determinados crimes está diretamente relacionada com a demanda do mercado clandestino.

“A elevação sazonal no comércio regular ou lícito de determinados bens poderá acarretar o aquecimento paralelo no ambiente das transações criminosas desses mesmos produtos, visando ao incremento da oferta e/ou redução dos preços na ponta final de consumo, pois sempre haverá quem não hesite em adquirir, por exemplo, um telefone celular sem nota fiscal ou uma peça de veículo sem origem lícita comprovada, bastando que a mercadoria esteja disponível e os seus preços sejam mais atrativos”, ressalta o especialista. Em relação ao número de veículos subtraídos, houve queda nas duas categorias.

Em nota, a SSP afirmou que os indicadores de crimes contra a vida são analisados permanentemente com o objetivo de definir novas ações. A Pasta aponta a implementação do programa SPVida, em fevereiro deste ano, para permitir a análise da dinâmica criminal. Na questão ostensiva, a secretaria informou que, entre janeiro e março, cerca de 19 operações foram desencadeadas na região, com patrulhamento intensificado e reorientado segundo as dinâmicas criminais e denúncias da população.
 




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