Os nacionalistas moderados voltaram a ganhar as eleições regionais deste domingo no País Basco (norte da Espanha), as oitavas desde 1980, mas não obtiveram a maioria absoluta no Parlamento regional.

Após a apuração de quase 100% dos votos, a coalizão do PNV (Partido Nacionalista Basco) com a pequena formação Eusko Alkartasuna obteve 38,6% dos votos e 29 cadeiras, quatro a menos que no antigo Parlamento.

A maior surpresa destas eleições, que tiveram participação popular de 66%, foi o bom resultado registrado pelo PCTV-EHAK (Partido Comunista Basco), que com 12,5% dos votos ganhou nove cadeiras do total de 75 no Parlamento. O partido teve o apoio do Batasuna, braço político do grupo extremista ETA (Pátria Basca e Liberdade).

Com 22,6% dos votos, o PSE (Partido Socialista de Euskadi) surge como a segunda força política no País Basco, com 18 cadeiras (contra 13 no antigo Parlamento), e o Partido Popular cai para a terceira posição, com 17,3% dos votos e 15 cadeiras (contra 19).

A aliança ecologista-comunista Esquerda Unida conseguiu três cadeiras (5,4% dos votos). O partido Aralar, que se separou do Batasuna em 2001 por ser contrário à violência do ETA, levou uma cadeira (2,3% dos votos) e entrou pela primeira vez no Parlamento.

Governo- A falta de maioria absoluta no Parlamento pode acabar impedindo o PNV de relançar o "plano soberano" promovido pelo chefe de governo, Juan José Ibarretexe, para dar uma maior autonomia ao País Basco, uma das mais ricas regiões da Espanha onde vivem 2,1 milhões de habitantes.

O nível de participação nestas eleições regionais foi baixo: apenas metade do 1,8 milhão de bascos habilitados a votar. Segundo dados oficiais bascos, o nível de participação calculado era de 66%, contra 78,9% nas eleições regionais de 2001.

Mais de 700 colégios eleitorais abriram suas portas nas três províncias bascas Guipúzcoa, Vizcaya e Alava. Ainda devem ser apurados os votos dos bascos que moram no exterior.