Economia Titulo Negociação de dívidas
Haddad diz que Desenrola depende apenas de sistema

Programa prevê a oferta de crédito para que pessoas físicas possam quitar dívidas; especialista levanta dúvidas sobre a execução

Nilton Valentim
14/03/2023 | 06:09
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Desenrola prevê a liberação de crédito para que pessoas possam quitar dívidas (Foto: Claudinei Plaza/DGABC)


O Desenrola, programa do governo federal para refinanciamento de dívidas de pessoas físicas, depende apenas da finalização de seu sistema operacional para ser lançado. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a expectativa é de que o alcance desse programa seja ainda maior do que o planejado inicialmente, de forma a criar “uma dinâmica de curto prazo interessante para a economia”.

A ideia, de acordo com Haddad, é incluir no sistema operacional toda a dívida que puder ser renegociada. O fundo garantidor do Desenrola tem previsão inicial de renegociar até R$ 50 bilhões em dívidas, de 37 milhões de pessoas físicas. “Mas, além disso, estamos liberando esse valor, esse crédito tributário, porque os credores têm interesse de expandir o Desenrola para além das faixas subsidiárias”, disse o ministro.

O Grande ABC iniciou o ano com 716.118 inandimplentes, que são as pessoas que estão com as contas em atraso, segundo levantamento do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano. Elas, em tese, poderiam ser beneficiadas como o programa.

O presidente da CDL, Alexandre Damásio Coelho, tem várias restrições ao Desenrola, que vão desde a execução das negociações até a formalização do fundo garantidor, que servirá de lastro às transações. “No modelo proposto, não vai ficar em pé. Não se trata a inadimplência emprestando dinheiro para trocar dívida de uma instituição privada por uma pública, sem transparência”, aponta.

O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, tem opinião diferente. “Importante iniciativa do governo para novamente dar crédito para as famílias no Brasil, que há muito tempo vivem sob taxas de juros exorbitantes, fazendo com que suas dívidas só cresçam. Volta a dar oportunidade para essas famílias de retornarem ao consumo, porque poderão pagar as dívidas e, com isso, fazer a roda da economia girar novamente”, afirmou.




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