Mesmo com as dificuldades que o Real Bétis, da Espanha, continua impondo, o São Paulo segue no pensamento positivo e acredita que o vai conseguir estender o contrato do atacante Ricardo Oliveira por mais uma semana e, com isso, garantir a participação do jogador na segunda partida da Libertadores da América contra o Internacional, no dia 16, em Porto Alegre.

Dois emissários do Tricolor estão na Espanha para acertar com a diretoria do Bétis a permanência do jogador por mais uma semana no Brasil. João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do clube paulista, está confiante na liberação do atleta junto ao time espanhol. "Estamos respaldados pela CBF e pela Conmebol. A liberação pode sair a qualquer momento", argumentou.

Os advogados do São Paulo não acreditam que haja qualquer impedimento jurídico para que a extensão contratual de uma semana seja firmada. Apesar de pelas normas da Fifa uma extensão contratual tenha o mínimo de três meses, o clube do Morumbi propõe fazer tal ampliação, mas rescindir o novo contrato logo ao término da Libertadores.

Lopes não crê que o Internacional possa eventualmente entrar na justiça para "melar" a decisão da competição devido a uma possível escalação de Oliveira no segundo jogo. "Não acredito nisso. Temos uma boa relação com a diretoria do Inter, e nossa torcida também tem uma boa relação com a deles. Seria uma medida antipática, e que não acho possível".

Na opinião do dirigente, o impasse não vai afetar psicologicamente Ricardo Oliveira, e o atleta não terá seu desempenho prejudicado. "Temos até a semana que vem para resolver. Mesmo assim, estamos otimistas e acho que podemos resolver isso rapidamente", previu.

Apesar de todo o discurso positivo de Lopes, do outro lado a decisão segue irredutível. Pepe León, presidente do Betis, declarou nesta terça-feira ao Diario de Sevilla que "seria uma honra o Ricardo voltar com a Libertadores debaixo do braço", mas em seguida decretou sua posição: "entendo que não existe possibilidade legal de isso acontecer".

Até o goleiro do time espanhol, Toni Doblas, resolveu interferir na negociação. “Ele (Ricardo Oliveira) tem um prazo de volta que deve ser cumprido. Estamos ouvindo palavras que chegam de lá (do Brasil). É melhor ele voltar e dizer o que pensa, pois suas declarações podem ser mal-entendidas quando não se está aqui”, disse Doblas.

O atacante agora prefere o silêncio e evita falar sobre o assunto. Já a diretoria do São Paulo aguarda uma resposta sobre uma prolongação do empréstimo de Ricardo Oliveira para que o atacante possa ficar no clube até o segundo jogo da decisão, que será disputado no dia 16, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, ou mesmo até o final do ano, no encerramento da temporada do Campeonato Brasileiro e da possível participação do Tricolor no Mundial de Clubes da Fifa, realizado no Japão. Só assim o técnico Muricy Ramalho terá mais tranqüilidade para o primeiro confronto, amanhã, no Morumbi.