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Grande ABC fica refém de serviços essenciais
Vivian Costa, Carolina Godoy e Fernanda Borges
22/06/2009 | 07:00
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Os consumidores do Grande ABC são reféns de algumas empresas de serviços essenciais. A campeã no ranking de reclamações dos Procons da região é a Telefônica, seguida de outras empresas de telefonia e instituições financeiras.

A coordenadora do Procon de Diadema, Maria Aparecida Tijiwa, afirma que a Telefônica consegue violar todos os artigos do Código do Consumidor. "A empresa faz propaganda enganosa, vende produtos que não têm condições técnicas de serem instalados, faz cobranças indevidas e muitas outras coisas", afirma. "Cerca de 70% de nossas reclamações são da companhia. Ela já foi multada em R$ 3 milhões pelo Procon e nada."

A situação é tão crítica que, desde maio, as entidades de apoio ao consumidor eliminaram do processo duas etapas da tradicional negociação entre cliente e empresa e já mandam o problema para o jurídico das companhias. "Nem a linha direta que temos com a empresa funciona. A segunda etapa seria mandar uma CIP (Carta de Informação Preliminar) solicitando uma resposta. Como a empresa não dava retorno, agora marcamos audiência direto", conta Maria Aparecida.

Em alguns casos, a empresa chega a transferir a responsabilidade para o próprio cliente. Foi o que aconteceu com o Centro Internacional de Cirurgia Plástica, em São Caetano.

"Tivemos que pagar R$ 120 para um técnico checar o que estava acontecendo, porque disseram que o problema era na nossa fiação. Mas na verdade o problema era da companhia. Pagamos à toa e pagamos também a conta de telefone do período em que a linha estava muda", conta a funcionária Fernanda Godinho. "Estamos aguardando um posicionamento, porque nos informaram que não reembolsariam nenhum valor pago indevidamente". Segundo a Telefônica, o caso está sendo apurado.

Transferência - A isenção da responsabilidade não é exclusividade da Telefônica, segundo os consumidores do Grande ABC. Celestino Conceição Lima, 67 anos, de Diadema, reclama da AES Eletropaulo.

Em julho do ano passado, funcionários da empresa disseram, depois de uma vistoria, que precisavam mudar o relógio porque a caixa estava muito velha. "Eles tiraram e colocaram uma provisória. Mudei só em dezembro porque custava R$ 450. Quando avisei da troca, me disseram que eu devia cerca de R$ 10 mil e ainda me acusaram de vender energia." Lima chegou a ficar 12 dias sem energia porque a companhia cortou o fornecimento e o caso tramita na Justiça.

Segundo a Eletropaulo, foram verificadas irregularidades e o cliente foi orientado a montar novo padrão de entrada, e após este procedimento a concessionária realizaria a ligação definitiva na unidade consumidora.




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