O problema da falta de acessibilidade na rede de ensino em São Caetano vai muito além do edifício onde funciona a Seduc (Secretaria de Educação). Elevadores quebrados são praticamente a regra nas escolas municipais. Equipe de reportagem deste Diário encontrou outros quatro endereços com o equipamento fora de operação. Trata-se de número exorbitante. Ainda mais quando se sabe que o governo são-caetanense possui contrato com empresa, à qual desembolsa R$ 21 mil em recursos públicos a cada ano, para garantir o funcionamento adequado do serviço. É de se perguntar por que a situação chegou a tal ponto na cidade que até bem pouco tempo atrás era exemplo nacional em zeladoria.
Um dos vereadores mais combativos de São Caetano, Edison Parra (Podemos), em entrevista concedida a este jornal, atribuiu o descaso com as escolas a um momento singular vivenciado pelo prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). O chefe do Executivo teria deixando de ouvir conselhos e começado a governar baseado em seu feeling e sustentado no marketing. “Acha que consegue administrar só com o currículo. Isso não é suficiente”, sentenciou o parlamentar, que tem assumido praticamente sozinho as críticas à falta de investimentos na educação – o tucano, por exemplo, quer fechar a escola Anne Sullivan, voltada ao atendimento de estudantes com deficiência, contrariando a comunidade.
Deixar os elevadores das escolas quebrados, de modo a prejudicar o acesso de alunos, professores e servidores, é algo tão surreal que sugere tentativa deliberada de sucatear a rede pública. Se José Auricchio Júnior abandonou inclusive a educação, segmento pelo qual sempre demonstrou cuidado especial, não é de causar espécie que outros setores nos quais o município era referência, como a economia e o esporte, estejam se degradando com fuga, fechamento ou declínico de grandes marcas da cidade – como demonstraram recentemente, e respectivamente, os lamentáveis episódios envolvendo Casas Bahia, Chocolates Pan e Esporte Clube São Caetano, o Azulão.
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