Foi aberto o caminho para a possível fusão entre a Quattor e a Brasil, que resultará numa gigante petroquímica com faturamento líquido anual de quase R$ 22 bilhões e que dominará o mercado nacional.

A acionista minoritária do grupo Vila Velha, controlador da empresa Quattor, Joanita Soares de Sampaio Geyer, firmou acordo ontem com os reús no processo que movia para interromper as negociações entre as duas companhias - no caso, os reús eram suas irmãs e sócias Maria, Vera e Cecília (mãe de Frank Geyer, atual presidente do Conselho da Unipar); a Petrobras; a Petroquisa; a Braskem e a holding da família, a Vila Velha Administrações e Participações S/A.

Com o entendimento - e a venda de sua participação indireta na Quattor, estimada em 2% (os valores não foram revelados) -, Joanita deixa de integrar o quadro de acionistas da Vila Velha. Com isso, ela pediu a extinção do processo e do recurso que correm na 14ª Câmara Cível do Rio de Janeiro (que havia dado liminar favorável à interrupção das conversas para a fusão entre as petroquímicas). A desistência já foi homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Segundo o advogado de Joanita nesta ação, Cristiano Zanin Martins, do escritório Teixeira, Martins & Advogados, o processo foi importante porque permitiu o reconhecimento dos direitos de um minoritário de participar de deliberações relevantes do grupo Vila Velha.

A investidora se opunha à fusão, entre outros pontos, pela justificativa de que não tinha tido acesso às informações sobre as condições do negócio. "Isso foi superado pelo desligamento da sociedade; ela deixou de ser acionista", afirmou Martins.