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A perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC) do Distrito Federal constatou ser cloro gasoso a substância existente nos cilindros achados na casa de Edivaldo de Castro Pereira, 53 anos, cuja mulher morreu. Ele causou o acidente ao retirar a tampa de um deles. A princípio, acreditou-se ser acetileno, utilizado em soldas. Segundo a perícia, o cloro gasoso estava na forma de cloreto de hidrogênio. O chefe do Laboratório de Análises do IC, Luiz Carlos Taveira de Matos, analisou os cilindros. "A situaçao está sob controle", garantiu.
Liberaçao - Após uma vistoria no local, a Defesa Civil e o Departamento de Fiscalizaçao de Saúde Pública do DF desinterditaram as oito casas vizinhas a de Edivaldo Pereira, onde ocorreu o vazamento. "Nao há mais perigo para as pessoas" garantiu Cássio Thyone, perito criminal da Polícia Civil. Thyone foi quem fez a perícia no local do acidente. Outro perito Luiz Carlos Taveira de Matos, também autorizou a ocupaçao das casas. Apesar de os peritos afirmarem que a situaçao está sob controle, ainda é de medo e apreensao o clima entre os moradores da QNN 06.
"Foi uma cena terrível", lembrou Dulce Gomes Cunha, 42 anos, vizinha do serralheiro. "Havia uma cortina de fumaça nas ruas, senti tonturas e irritaçao nos olhos". Ainda nervosa, Dulce disse temer que o vazamento do gás pudesse repetir a tragédia do Césio 137 ocorrida em 1987 em Goiânia (GO). Naquele ano, quatro pessoas morreram e outras 254 ficaram contaminadas, quando Dvair Alves Ferreira, dono de uma ferro-velho abriu uma cápsula de césio utilizada em consultório odontológico.
Medo - A contadora Claudete Filinto, 34 anos, que mora em frente da casa de Pereira, confessou-se 'apavorada' com o acidente. "Fiquei com medo de morrer", disse Claudete, que à tarde iniciou a desinfecçao de sua casa por orientaçao da Fiscalizaçao de Saúde Pública. O bombeiro aposentado Antônio Machado de Souza, 48 anos, que é vizinho do autor do acidente ainda tentou salvar Maria Pereira. "Fiz respiraçao boca a boca mas, infelizmente, nao consegui". Contou que Maria morreu, asfixiada, em seus braços antes de chegar ao hospital.
Outra vizinha de Pereira, Irene Dias, 28 anos, explicou que o "cheiro era tao intenso que quase desmaiou. Ela lavou as cortinas, os sofás e os objetos de cozinha. A moradora contou que as plantas que tinha em volta de sua casa queimaram. Depois da propagaçao da susbstância no ar, Irene conta ter saído às pressas para o hospital. A dona de casa Valdeci Lima também passou mal e, imediatamente, procurou atendimento médico. A neta dela, Daniele, 9 anos, teve acesso de vômitos após intoxicada.
Sem perigo - O coordenador da Defesa Civil do DF, Nilo de Abreu Leite, acompanhou a vistoria das casas. As 18h30, Leite autorizou a desinterdiçao das moradias que, por orientaçao do Deparmamento de Saúde Pública do DF, vao passar por um processo de desinfecçao. Uma cartilha distribuída aos moradores ensina como deve ser feita a limpeza das casas e dos utensílios domésticos. A diretora do DFS, Maria das Graças Ferreira, também acompanhou a inspeçao das casas.
A limpeza das casas, das ruas e a coleta do lixo doméstico na área do acidente será feita com a ajuda da Administraçao Regional de Ceilândia. "Vamos dar todo o apoio aos moradores", garantiu o administrador da cidade, Eduardo Gomes. Ele disse que a desinfecçao das casas seria feita com a ajuda do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), que enviou equipes ao local.
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