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Negociações sobre o nuclear iraniano não avançam em Moscou
Da AFP
01/03/2006 | 16:51
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A cinco dias de uma decisão crucial da comunidade internacional sobre as atividades nucleares de Teerã, suspeito de querer fabricar a arma atômica, iranianos e russos não realizaram "progressos decisivos" nesta quarta-feira em Moscou que permitissem evitar sanções internacionais contra o Irã. O principal ponto de divergência parece ser ainda a questão de uma moratória sobre o enriquecimento de urânio no Irã. Os ocidentais e os russos consideram essa moratória indispensável, mas Teerã o recusa.

As duas partes reconheceram a ausência de progressos significativos, depois de mais de quatro horas de negociações. "Conversamos sobre os detalhes da proposta de criar no território russo uma empresa comum de enriquecimento de urânio, mas não alcançamos progressos significativos", declarou uma fonte na delegação russa citada pela agência Itar-Tass.

Por sua vez, o negociador iraniano Ali Larijani reafirmou o direito de seu país a enriquecer urânio, um ponto de discórdia crucial nas negociações sobre o caso nuclear iraniano. "O processo de enriquecimento é o direito soberano que têm todos os estados. Não é justo privar desse direito os países que têm um programa pacífico", disse Larijani à imprensa. "A moratória sobre o enriquecimento no Irã não é uma questão simples e todas as partes devem conduzir um diálogo justo", prosseguiu o iraniano.

A delegação iraniana deve deixar Moscou na quinta-feira. "Combinamos que a Rússia iria consultar seus parceiros, e que voltaríamos em seguida à mesa de negociações", explicou Larijani. As duas partes se limitaram a informar em uma declaração comum que as negociações continuariam "por via diplomática, com a Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA)".

Sobre o projeto de empresa comum "concluímos um pré-acordo, que ainda tem que ser detalhado de um ponto de vista econômico e jurídico, o que vai levar tempo", disse ainda o responsável iraniano. A AIEA tem uma reunião crucial sobre o caso nuclear iraniano marcada para o dia 6 de março. Se as negociações não avançarem até essa data, a agência deve transmitir o caso iraniano ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que pode decidir sanções contra a República Islâmica.




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