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Sindicato revela que médicos de Mauá trabalham sem receber
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
29/04/2009 | 07:49
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A presidente do Sindicato dos Médicos de Santo André e Região, Doroti Baraniuk, revelou ontem ao Diário que os médicos que prestam serviço na Saúde de Mauá têm trabalhado, ao menos dois dias por semana, sem qualquer vínculo empregatício e sem conseguir receber.

A situação se arrasta desde o fim do contrato com o Instituto Sorrindo Para a Vida, conveniado que prestou serviço na área da Saúde até fevereiro.

Segundo Doroti, a Prefeitura mantinha os funcionários com três registros distintos: dois dias eles recebiam como funcionários estatutários, dois dias como celetistas. Os outros dois dias eram pagos pela Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

Com o caos instaurado, e sem nenhuma nova ONG para auxiliar, o secretário de Saúde e vice-prefeito de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior, teria convocado uma reunião com os médicos e pedido, pessoalmente, que eles se mantivessem na administração até a chegada da nova conveniada para evitar problemas. "Com o fim do contrato com a ONG, os médicos fizeram um acordo com o próprio secretário para manter-se no trabalho sem vínculo empregatício até que ele regularizasse a situação, o que já é grave. Mas depois de dois meses, não houve qualquer avanço no caso", afirma a presidente, que recebeu as reclamações diretamente de um médico que atende nesse regime no Hospital Doutor Radamés Nardini.

Questionada sobre se acreditava que a votação da nova gratificação de 89% do salário dos médicos plantonistas - aprovada ontem em primeira discussão na Câmara - vinha ao encontro do suposto não recebimento pelos dois dias trabalhados, a médica abrandou o panorama. "O que o sindicato pede é que seja dado um aumento para todos da rede pública, não só para socorristas. Como está, a contratação em Mauá é altamente irregular perante qualquer CLT. Os profissionais não têm nenhum amparo de lei. Achamos que o aumento é necessário. Mas vamos discutir isso em reunião."

Concurso público - A presidente afirma ser favorável à realização de concurso público no município para extinguir os convênios. "É melhor o concurso para evitar hiatos de troca de prefeitos e rompimentos de contratos com as conveniadas, como ocorreu na cidade. A população e a Saúde pública não têm nada a ver com isso."

A presidente deve se reunir-hoje com o secretário de Saúde de Mauá para conversar sobre a situação dos médicos.

O Diário já havia especulado sobre a manutenção de demitidos na Saúde para evitar o caos. À época, Paulo Eugenio defendeu que não havia qualquer determinação da Prefeitura para que os "voluntários" continuassem em suas funções e afirmou que os descobertos eram afastados.

Procurado ontem, o secretário não retornou as ligações do Diário até o fechamento desta edição. A Prefeitura não se manifestou sobre o caso.

 




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