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Siderurgia tem queda de R$ 12 bi em investimentos
03/06/2012 | 09:21
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Os investimentos do setor siderúrgico foram os mais prejudicados pela crise. Com uma capacidade produtiva excedente de 526 milhões de toneladas de aço espalhada pelo mundo, as siderúrgicas estão com as margens de lucro pressionadas e não têm incentivo para investir. Levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que as siderúrgicas instaladas no Brasil planejam investir R$ 21 bilhões entre 2012 e 2015, R$ 12 bilhões a menos que o calculado pelo banco no ano passado para o período 2011-2014 e inferior até aos R$ 28 bilhões investidos no ciclo 2006-2009.

 

Segundo Fernando Puga, chefe do departamento de análise econômica do BNDES, o banco está reavaliando os dados e a estimativa de investimentos das siderúrgicas pode ser reduzida em breve. Ele explica que a maior dificuldade é que os projetos são voltados para o mercado externo, porque a produção local supera a demanda doméstica.

 

Um exemplo dos problemas do setor é a venda da participação da alemã Thyssen na CSA. Segundo fontes do mercado, o ativo é bom e está barato, mas vai ser difícil encontrar comprador. A Arcelor Mittal anunciou o adiamento de um investimento de US$ 1,2 bilhão na Usina de João Monlevade, em Minas Gerais, por falta de demanda no mercado externo.

 

"Hoje temos excedente de aço significativo até na China", diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil. Os custos de produção no Brasil também atrapalham. É necessário investir US$ 1,8 mil para cada nova tonelada de aço feita no País, ante US$ 1 mil na Índia e US$ 550 na China.

 

Papel

 

No setor de papel e celulose, o BNDES prevê redução de R$ 2 bilhões nos investimentos, para R$ 26 bilhões, por causa dos atrasos nos projetos. A Suzano adiou investimentos de cerca de R$ 500 milhões para os próximos anos. A Fibria revisou os planos de investimentos em R$ 400 milhões, para R$ 1 bilhão.

 

Dois projetos da Suzano estão com o cronograma atrasado. O primeiro é a produção de pellets de madeira (insumo utilizado na produção de biomassa para a geração de energia) para abastecer o mercado europeu. O negócio depende de um sócio estratégico, que até agora não apareceu. O segundo é a fábrica de celulose do Piauí, cuja conclusão foi adiada de 2014 para 2016, dependendo da sinalização do mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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