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As feministas do pós-moderno
Thiago Mariano
Especial para o Diário
17/04/2008 | 07:12
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As mulheres que estavam entrando nos anos 1980 foram muito bem representadas no especial Mulher 80, exibido em dezembro de 1979, na Globo e que agora é relançado em DVD (Biscoito Fino, R$ 35, em média).

 Com participações de Regina Duarte, Simone, Gal Costa, Fafá de Belém, Joanna, Quarteto em Cy, Narjara Turetta (então, com 12 anos), Zezé Motta, Marina Lima, Angela Ro Ro, Maria Bethânia, Rosinha de Valença, Rita Lee e Elis Regina, o programa foi inspirado no seriado Malu Mulher, que abordava as problemáticas da mulher que tem que assumir o papel de mãe solteira, trabalhadora e, ao mesmo tempo, correr atrás da felicidade.

 O programa busca dar foco à nova realidade da mulher pro meio das cantoras que despontavam naquele início de década. Todas, com exceção de Elis, Bethânia e Gal, estavam começando a dar as caras e fazer arte no País.

 O que Daniel Filho, o diretor, tenta desvendar, é a mulher por trás da artista, com seus desejos, amores e modo como encara a vida.

 Elas falam de algo que faz parte de suas vidas, como Zezé Motta, que discorre sobre preconceito, Bethânia, sobre seus medos e seu temperamento intempestuoso, Marina, sobre sua jovialidade e instinto libertário, Elis, sobre carreira e maternidade. Na entrevista, Elis diz o que deseja à Maria Rita e como está completa ao ter uma filha. Nenhuma só representa ou só canta. Rita Lee faz o papel dela mesma interpretando outros, rindo com Daniel ao criar personagens caricatos e engraçados.

 Os espetáculos musicais são solos e feitos em cenários diferentes, ao vivo. Fafá, grávida, canta Que me Venha Este Homem em uma rede. Bethânia, acompanhada pelo violão de Rosinha de Valença, desfia Álibi num sofá, enquanto Gal corre no palco cantando Paula e Bebeto. As músicas são da trilha sonora do seriado que serviu de base para o espetáculo.

 No fim, todas elas com suas roupas, cortes de cabelo e dramatização bem característicos da época, cantam Cantores do Rádio, mostrando que eram mulheres que faziam cabeças, ditando modas e costumes, mas que. acima de tudo eram femininas, com o coração que sente e faz valer a força dos seus sonhos.



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