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'Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola'

Morte do maior jogador da história, louvado pelos cronistas esportivos, causa enxurrada de manifestações de personalidades de todas as áreas

Evaldo Novelini
Do Diário do Grande ABC
30/12/2022 | 09:29
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Em 1976, Mauricio de Sousa criou o Pelezinho para ser publicado em tirinhas de jornais (FOTO: Twitter/Maurício de Sousa)


A genialidade de Edson Arantes do Nascimento com a bola nos pés fez com que ele fosse incensado em vida. "Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola", definiu-o o cronista esportivo Armando Nogueira (1927-2010). Cantado em verso e prosa ­ além de histórias em quadrinhos ­, o maior jogador de futebol de todos os tempos virou ícone da cultura popular. A presença e a influência do atleta nas cenas brasileira e internacional são tão fortes que a maioria das personalidades que repercutiram sua partida, ontem (29), evitou falar de morte.

"Antes de Pelé, ''10'' era apenas um número. Li essa frase em algum lugar, em algum momento da minha vida. Mas essa frase, linda, está incompleta. Eu diria que antes de Pelé, o futebol era apenas um esporte. Pelé mudou tudo. Transformou o futebol em arte, em entretenimento. Deu voz aos pobres, aos negros e principalmente: Deu visibilidade ao Brasil. O futebol e o Brasil elevaram seu status graças ao Rei! Ele se foi, mas a sua magia permanecerá. Pelé é eterno!", sintetizou o atacante Neymar, que atualmente veste a camisa do Rei na Seleção.

Todos os principais ídolos do futebol atual no mundo se manifestaram sobre a morte de Pelé. "Descanse em paz", disse Messi, tricampeão mundial com a Argentina na Copa do Catar. "Seu legado é eterno", apontou Mbappé, vice-campeão com a França. "Um mero ''adeus'' ao eterno Rei Pelé nunca será suficiente para expressar a dor que abraça neste momento todo o mundo do futebol. Uma inspiração para tantos milhões, uma referência do ontem, de hoje, de sempre", declarou o português Cristiano Ronaldo.

As homenagens ao Rei não se limitaram ao mundo do esporte. O cartunista Mauricio de Sousa, pai da Turma da Mônica, mencionou o legado do jogador. "Toda vez que uma criança brincar com uma bola lembraremos dele", citouo desenhista. Em 1976, ele criou o Pelezinho para ser publicado em tirinhas de jornais. No ano seguinte, a Editora Abril lançou uma revistinha em quadrinhos totalmente dedicada ao personagem ­ a publicação, que circulou até 1986, chegou a ter edições internacionais.

O talento de Pelé era tanto que a ele se credita a suspensão, em 4 de fevereiro de 1969, da sangrenta Guerra do Biafra. Um cessar-fogo teria sido emitido para não impedir a presença do jogador em partida do Santos na Nigéria. No Brasil dividido politicamente nas últimas eleições, a morte do Rei irmanou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o sucessor Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Com pesar o passamento de um homem, que pelo futebol, levou o nome do Brasil para o mundo. Transformou o futebol em arte e alegria", disse o liberal. "Poucos brasileiros levaram o nome do nosso País tão longe feito ele. Por mais diferente do português que fosse o idioma, os estrangeiros dos quatro cantos do planeta logo davam um jeito de pronunciar a palavra mágica: ''Pelé''", declarou o petista.

Até a Nasa destacou a genialidade do atleta que ganhou as Copas de 1958, 1962 e 1970. Em seu perfil no Twitter, a agência espacial norte-americana publicou uma fotografia em verde e amarelo, explicando: "Registramos aqui a morte do lendário Pelé, conhecido por muitos como o rei do ''jogo bonito''. Essa imagem de uma galáxia em espiral na constelação de Escultor mostra as cores do Brasil".




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