O Grande ABC passa a contar com uma usina móvel para resíduos da construção civil, conquistada pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC junto ao governo do Estado. O equipamento poderá ser utilizado por todas as cidades que integram a entidade. Isso significa que São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires, que no último dia 20 anunciaram suas saídas do colegiado de prefeitos, correm o risco de não ter o serviço, caso não revejam essa posição.

Avaliada em R$ 3,2 milhões, a usina abrange um caminhão tipo cavalo mecânico conjugado a um equipamento móvel de reciclagem com capacidade para triturar de 80 a 100 toneladas de resíduos por hora.

O presidente da entidade regional e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), destacou que a conquista da usina móvel comprova que o governo do Estado "prioriza o fortalecimento da união de prefeituras por meio do trabalho consorciado".

"O Consórcio encerra o ano reafirmando seu protagonismo na viabilização de políticas públicas em benefício da região. Há mais de 30 anos, quando a entidade foi criada, o primeiro tema debatido foi a destinação dos resíduos sólidos. Agora estamos dando um passo concreto muito importante para avançarmos nessa questão", afirmou Paulo Serra.

O triturador de entulho produz brita de dois tamanhos diferentes, que pode ser usada para várias finalidades, inclusive recuperação de ruas, guias e sarjetas. O equipamento também possui separador magnético, que separa ferro, prego e metais, entre outros. Materiais que podem ser vendidos ou reutilizados, de acordo com a necessidade das prefeituras consorciadas.

TELA DE CINEMA

Além disso, as laterais da usina móvel podem ser transformadas em tela de cinema, para exibição de filmes e oficinas de educação ambiental para alunos das redes municipais de ensino.

Paulo Serra lembra que o equipamento foi conquistado pelo Consórcio Intermunicipal por meio do programa do SP+Consórcios, iniciativa do governo do Estado para estimular a formação de parcerias voltadas a ações empreendedoras em São Paulo, potencializando o desenvolvimento regional por meio do fortalecimento dos consórcios intermunicipais.

"Desde o lançamento do SP+Consórcio pelo governo do Estado (em 30 de junho de 2021), credenciamos algumas necessidades da região junto ao programa, entre as quais estava esse equipamento, que é de propriedade do Consórcio e será importante para as cidades conveniadas", disse o presidente da entidade.

NOVO MODELO

Paulo Serra comentou ainda que a usina móvel inaugura um novo modelo de governança regional, pela qual o Consórcio passa a ter equipamentos próprios, para atender às necessidades dos municípios que integram o colegiado. E explicou que o equipamento ficará por determinado período em cada cidade, conforme as necessidades.

"Mas também estará disponível para ações planejadas, como no caso de o município ter alguma grande obra, com geração de quantidade considerável de resíduos. É um passo importante na preservação da natureza. E com o equipamento, as cidades consorciadas poderão reaproveitar o entulho em obras e outras intervenções realizadas pelas prefeituras, gerando mais economia para os cofres públicos", explicou Paulo Serra.

A usina móvel de resíduos da construção civil está no Aterro Sanitário Municipal de Santo André. O equipamento entrará em funcionamento após finalizado o processo de licenciamento ambiental necessário para seu uso, passando então a estar à disposição das cidades consorciadas.

O Consórcio Intermunicipal, por meio do GT (Grupo de Trabalho) Resíduos Sólidos Urbanos, definirá no ano que vem o formato de utilização da usina pelos municípios, considerando as características de cada cidade, disponibilidade de espaço e formas de destinação regionalizada, também levando em consideração o licenciamento ambiental que cada prefeitura interessada em operacionalizar a usinaprecisa obter.

Semasa calcula economizar até R$ 1,8 milhão por ano

A título de exemplo em relação à redução de custos para coleta e destinação de resíduos de construção civil, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) gasta, em média, R$ 500 mil por mês com limpeza dos pontos de acúmulo de entulho existentes na cidade. Com a nova usina, o município vai conseguir processar cerca de 30% do material proveniente da construção civil, o que pode gerar economia anual de R$ 1,8 milhão apenas no município.

Representante do governo do Estado de São Paulo, o coordenador do programa SP+Consórcios, Rafael Goffi, ressaltou que o equipamento soluciona o problema de espaço com entulho nos municípios.

"Essa usina móvel tem a função de triturar todo o entulho, transformando-o em brita que pode ser utilizada pelas prefeituras. O equipamento permite que os municípios solucionem essa questão em conjunto. É a solução de um grande problema," comentou Goffi.

Com a conquista da nova usina, o Consórcio ABC fecha o ano reforçando seu papel de liderança em projetos importantes para os municípios consorciados, tirando do papel demandas históricas da região. "Temos outro projeto credenciado junto ao SP+Consórcio, que é algo semelhante a essa usina, mas destinada à reciclagem de pneus", comentou o prefeito andreense.

Considerando apenas a articulação com o Estado, a entidade reforçou demandas das sete cidades e trouxe cerca de R$ 2 bilhões que serão destinados a obras como a construção do Piscinão Jaboticabal, o custeio do Hospital Nardini, em Mauá, a retomada das obras do Hospital Santa Luzia, em Ribeirão Pires e a recuperação da Avenida dos Estados, entre outros investimentos.