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Ibama exige demoliçao de casas de veraneio em Castilho
Do Diário do Grande ABC
18/05/1999 | 14:47
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O Ibama está exigindo no Relatório de Impacto Ambiental da usina de Porto Primavera, que o bairro de pesca turística mais famoso de Castilho no extremo noroeste do Estado seja demolido e em toda faixa onde existem hoje 400 casas de veraneio haja um reflorestamento para proteger o rio Paraná. A legislaçao ambiental fala em deixar cerca de 300 metros marginais intocáveis, mas as construçao estao quase dentro dágua.

A Cesp- Companhia Energética de Sao Paulo iniciou nesta terça-feira negociaçoes para pagamento das indenizaçoes, algumas superiores a R$ 30 mil. A populaçao que trabalha no local como caseiros e até pescadores, poderao receber lotes de agricultura e pecuária em fazenda que está sendo desapropriada na regiao. O diretor de Meio Ambiente da CESP, Daniel Salate, disse hoje que os ranchos de pesca representam uma importante atividade turística do município. A empresa sugeriu ao Ibama que estude formas de manter os ranchos através de critérios de ocupaçao que inclusivem colaborem com a preservaçao, mas o instituto ainda nao deu resposta.

Na verdade a ocupaçao da margem esquerda do rio Paraná no município de Castilho começou há mais de três décadas. Poucas pessoas possuem escritura dos lotes e o único documento disponível sao contratos de compra e venda. A cessao do direito de uso em quase todos os casos foi feita por um grande fazendeiro detentor da área e que ficará com boa parte do dinheiro equivalente ao valor da terra.

O arquiteto Reginaldo Sant'Anna Júnior que mora em Andradina e possui um rancho de pesca em Castilho associado a mais 7 pessoas, disse nao estar preocupado em ser indenizado caso realmente exista um projeto viável de recuperaçao das margens do rio que agora está virando lago da barragem de Porto Primavera. Segundo ele o nível do rio vai subir 6 metros e com isso, uma parte da estrada que dá acesso aos imóveis ficará submersa. Com o dinheiro da indenizaçao, o arquiteto pretende construir outra casa de veraneiro "um pouco mais acima".

O prefeito de Castilho, Adao Severino Batista (PFL) nao considera a questao tao simples assim. Os ranchos de pesca representam a vinda de pelo menos 20 mil turistas nos feriados prolongados. Para Batista o município corre o risco de colocar fim na sua maior tradiçao até hoje que foi a pesca amadora no rio Paraná. Nesta segunda, o prefeito viajou para Brasília na tentativa de conseguir audiência com autoridades e pleitear a manutençao dos ranchos no mesmo lugar.




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