Prefeitos tucanos atuaram pela vitória do chefe do Executivo de Diadema, mas decidiram sair da entidade após eleição de Marcelo Oliveira
Os tucanos Orlando Morando, prefeito de São Bernardo, e José Auricchio Júnior, prefeito de São Caetano, trabalharam pela vitória do petista José de Filippi Júnior para presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, antes da decisão de abandonar a entidade regional, ao lado de Guto Volpi (PL), de Ribeirão Pires, após a vitória do também petista Marcelo Oliveira, prefeito de Mauá.
A reunião, realizada na terça-feira (20), tinha o nome de Filippi como consenso. Mas o prefeito de Diadema decidiu se retirar da disputa, o que provocou indignação de Orlando. O prefeito de São Bernardo solicitou intervalo de três minutos ao presidente do Consórcio, Paulo Serra (PSDB), que concedeu o recesso. O objetivo do são-bernardense era tentar convencer Filippi a aceitar a presidência. Na volta, o diademense manteve a decisão de sair do jogo político, a partir do desejo público de Marcelo Oliveira em ficar com o posto. Com isso, Orlando e Auricchio mudaram a estratégia e resolveram questionar a competência e o tempo de mandato de Marcelo Oliveira, embora não haja nenhuma regra no Consórcio que só permita que prefeito com experiência assuma a presidência. Exaltado, o prefeito de São Bernardo ainda insistiu para que a chapa fosse então totalmente petista, com Filippi como presidente e Marcelo Oliveira de vice.
Orlando chegou a dizer diretamente ao petista de Mauá, sem se preocupar se poderia ser ofensivo, que ele "estava mal na cidade e não tinha experiência suficiente para presidir o Consórcio". Para corroborar com a tese de Orlando, Auricchio dirigiu-se diretamente a Guto Volpi, que é seu aliado histórico, dizendo que "também não votaria nele pela falta de experiência, caso ele fosse candidato". Ninguém entendeu.
Nesse momento, Paulo Serra concedeu o segundo recesso da reunião e deu intervalo de cinco minutos, a pedido novamente de Orlando. Na volta, o chefe do Executivo de São Bernardo ficou ainda mais irritado com a negativa da proposta e a manutenção da candidatura de Marcelo.
Paulo, então, iniciou o processo de votação e perguntou se a candidatura de Marcelo estava mantida. E perguntou a Auricchio, que havia colocado a possibilidade de se lançar, se manteria o seu nome. Primeiramente, ele disse que não, mas voltou atrás após Orlando dizer para ele continuar com sua candidatura. E, de forma inédita em sua história, a eleição do Consórcio teve dois candidatos. Auricchio teve o voto dele próprio, de Orlando e de Guto. Marcelo contou com o voto dele mesmo, de Filippi e de Penha Fumagalli (PTB), de Rio Grande da Serra. Com o empate, Paulo votou em Marcelo. Na sequencia, Orlando, Auricchio e Guto anunciaram a saída da entidade regional.
Além da postura contraditória, os três prefeitos também romperam um acordo informal que já havia sido estabelecido entre os sete chefes do Executivo ainda em novembro, antes do resultado do segundo turno. O combinado era de que, em caso da vitória de Jair Bolsonaro (PL), seria indicado para a presidência um prefeito mais alinhado ao ainda presidente e, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse o vencedor, o escolhido para comandar a entidade regional seria um prefeito do PT. Mas Orlando, Auricchio e Guto Volpi só queriam mesmo Filippi. E roeram a corda.
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