A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) é uma organização social que investe em processos de pesquisa para que negócios dos mais variados tamanhos (de Petrobras até microempreendedores) possam ter acesso a centros de estudo e criar novas tecnologias. Além de oferecerem apoio contínuo, que vai do desenvolvimento da ideia até a parte de transformar o projeto em um serviço e buscar investidores, a organização abriu suas portas para um novo programa de incentivo e imersão internacional. 

Em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e com o Sosa, empresa global de inovação aberta, a iniciativa visa apresentar aos potenciais investidores estrangeiros novas tecnologias desenvolvidas no Brasil. A expectativa é de que, posteriormente, sejam formados novos grupos para imersão em outros mercados pelo mundo.

Guilherme Almeida, gerente de planejamento e relações institucionais da Embrapii, conta que o projeto está em etapa piloto, e focam em “identificar startups que já participaram do nosso processo de desenvolvimento desde o início, e que têm condições e interesse de internacionalizar suas atividades''''”. Tudo começou com cursos híbridos, instruindo as marcas sobre o mercado norte-americano e prospecção de parceiros, completando-se com uma imersão de 5 dias em Nova York, nos Estados Unidos, onde os representantes da cada negócio tiveram contato com possíveis parceiros comerciais, financiadores e com uma compreensão mais aprofundada sobre regras jurídicas e gestões nos EUA. “Assim, quando elas fixarem negócio por lá, terão mais chances de sucesso. Algumas das empresas se instalaram no País por mais algumas semanas, em preparação para já fechar novas parcerias”, complementa o gerente.

Uma dessas empresas que prolongou a visita é a Alfa Sense. Original de São Bernardo, vem se tornando referência no desenvolvimento e fabricação de sensoriamento óptico e IoT (Internet das Coisas). De acordo com Almeida, a startup é pioneira no ramo, e já passou por dois processos de inovação com a Embrapii. 

“Eles tem uma tecnologia muito disruptiva. Identificaram o potencial da fibra óptica como um sensor”, ele explica, e continua: “ao trocar uma cerca que tem o projeto deles de fibra óptica, é possível perceber quando alguém invade um terreno ou cruza uma linha. Também permite-se que um sensor identifique a presença de gases, por isso, a Alfa está em parceria com empresas de petróleo para localizar vazamentos a partir de sensores. É esse tipo de tecnologia de ponta que procuramos, e tudo o que eles têm desenvolvido está chamando a atenção lá fora”.

Além da Alfa Sense, outras três startups foram selecionadas para o programa: Autaza, NeoPTO e Exati. Todas partiram na primeira segunda-feira do mês (4) para a cidade estadunidense, contando com um investimento de US$ 3.000 cada para que o processo de capacitação, cursos e encontros com profissionais pudessem acontecer - tudo fomentado pelas organizações.

Em nove anos de existência da Embrapii, já foram apoiados 1.814 projetos, totalizando R$ 2,5 bilhões investidos em inovação. Por fim, Guilherme Almeida reforça que é impossível pensar em desenvolvimento nacional sem pensar em apoio tecnológico aos negócios que “fazem a nossa indústria mais competitiva. Investimento e inovação não devem ser restritos só às grandes empresas, devem alcançar também startups e pequenos negócios. É uma maneira de colocar o Brasil em destaque, com condições de competir a partir de conhecimentos produzidos no País e que, ainda, geram renda e emprego”.<EM>