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Filarmônica se apresenta em S. Bernardo
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
28/03/2003 | 18:55
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Com Carlos Gomes (1836-1896), Joseph Haydn (1732-1809) e Johaness Brahms (1833-1897) no programa, a Orquestra Filarmônica de São Bernardo, sob regência do titular Paulo Rydlewski, se apresenta neste sábado (20h30) no Teatro Elis Regina e domingo no Teatro Cacilda Becker (19h) – entrada franca para os dois concertos.

O repertório variado da apresentação, com obras de épocas e estilos diferentes, “faz bem para a orquestra e torna a programação mais interessante. A coerência está nas melodias, que são enfatizadas pelos três compositores”, diz o maestro.

Os concertos começam com a abertura da ópera Fosca, de Carlos Gomes. “Ela não é tão conhecida como a de O Guarani, mas considero-a tão bonita quanto”, afirma Rydlewski. Fosca estreou em Milão, em 1873, e foi reescrita duas vezes. O compositor a considerava sua obra-prima.

A ópera, no entanto, não repetiu o sucesso de O Guarani, de 1870. “O sucesso de O Guarani gerou expectativa e despertou ciúme. Os críticos foram duros, acusaram Gomes de wagneriano, quando se deu justamente o contrário. Fosca é a ópera mais italiana de Gomes. O ponto fraco de Fosca é o libreto”, afirma.

Em relação à obra de Haydn, Concerto para Oboé e Orquestra, Rydlewski admite que há controvérsias quanto à autenticidade: “Existem dúvidas sobre algumas obras de Haydn. Havia editores que colocavam o nome dele como autor para que a partitura vendesse bastante”.

“É um concerto virtuosístico, um desafio para o oboísta. O andamento tem de ser muito preciso. Se eu o acelerar, o instrumentista não consegue tocar”, diz o regente. O primeiro oboé da orquestra, Éser Menezes, assume o papel de solista e está, segundo Rydlewski, entre os três melhores do Brasil.

Depois do intervalo, a orquestra apresenta a Sinfonia nº 2 em Ré Maior (Op. 73), de Brahms. “É a sinfonia com mais melodias cantáveis de Brahms. O primeiro movimento mostra um conflito musical delicado, não agressivo. O segundo é reflexivo e o terceiro, uma dança. O último é uma consagração. A obra é muito bem construída e termina alegre, para cima”, diz.

Em abril a orquestra coloca seu site (www.sbcfilarmonica.com.br) no ar. “As pessoas poderão se cadastrar para receber a programação do grupo, fazer perguntas para os músicos e para mim, dar sugestões de repertório. Há ainda explicações sobre como uma orquestra funciona, os currículos do músicos. Também será possível ouvir algumas músicas do álbum lançado em 2002”, afirma Rydlewski.




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