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Vítima de preconceito acerta com S.Caetano
Anderson Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
14/09/2006 | 23:24
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Negro, colombiano e vítima de preconceito. O atacante Martin Garcia, 25 anos, tinha tudo para jogar na Europa. Já havia, inclusive, acertado sua transferência de Cali (América) para Berlim, na Alemanha, onde atuaria pelo Hertha (time do brasileiro Gilberto). Um sonho comum dos atletas sul-americanos. Mas a burocracia – preconceituosa – impediu sua inscrição no futebol do chamado “Primeiro Mundo”. “A investigação para o visto levou 20 dias. Perdi o prazo para a inscrição. Para o mundo, a Colômbia é o país das drogas, do narcotráfico, das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Isso fecha as portas para quem deseja trabalhar num outro país. Mas o Brasil abriu essa porta para mim”, revelou o jogador, apresentado ontem, ao lado de outro atacante, Júlio Machado (ex-Ituiutaba-MG), como reforço do São Caetano para o Campeonato Brasileiro.


Revelado pelo Independente de Santa Fé, Martin atuou pelo Milionários de Bogotá, Alianza (El Salvador) e chegou a defender a Seleção Sub-21 da Colômbia. Fez a pré-temporada e alguns amistosos pelo América de Cali, antes de tentar a transferência para a Alemanha. “Estava tudo certo, mas o visto saiu tarde. Eles investigaram minha vida e, no final, perdi o período de inscrição”, lamentou.


Martin é o segundo colombiano a passar pelo São Caetano. Em maio do ano passado, o clube apostou pela primeira vez num estrangeiro ao contratar o lateral-esquerdo Kilian Virviescas (ex-San Lorenzo-ARG). O jogador ficou apenas seis meses e não atuou pela equipe do Grande ABC.

Sucesso – Martin recorreu a outras experiências de compatriotas para escolher o Brasil. “Tudo começou com o Rincón e o Asprilla. Depois vieram Aristizábal e Muñoz. Agora, tem o Rentería (Internacional) e o Herrera (Atlético-PR), que formam a nova geração do futebol colombiano. O Brasil é um ótimo mercado. Espero fazer o mesmo sucesso pelo São Caetano”, disse.


O atacante estava registrado por um clube do Rio Grande do Sul (não revelado) e, por isso, pode ser inscrito na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) até o dia 22, assim como Júlio Machado, que estava no Ituiutaba disputando a Série C do Brasileiro.

Santo André – Júlio iniciou a carreira no Figueirense-SC e tentou a vida nos Juniores do Santo André, em 2001. “Fiquei uma semana. Não deu certo”, lembrou o atacante, de 24 anos, com passagens por Motonense, Atlético-MG, Uberaba-MG, América-MG e XV de Piracicaba.


Seu contrato vai até o final do Campeonato Brasileiro – assim como o do colombiano Martin. O São Caetano viaja hoje cedo para Caxias do Sul, onde enfrenta o Juventude no domingo, pelo Nacional.



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