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CUT dissemina aumento real em SP
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
02/09/2005 | 08:28
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As campanhas salariais do primeiro semestre deste ano renderam aumentos acima da inflação para 86% dos 28 sindicatos filiados à CUT no Estado de São Paulo, que representam 350 mil trabalhadores em 42 categorias. A informação foi divulgada quinta-feira pela central, com base em pesquisa realizada em parceria com o Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho), da Unicamp.

O resultado é superior ao alcançado em 2004, quando 49% dos sindicatos filiados à central em São Paulo conseguiram aumento real no primeiro semestre. O índice de inflação utilizado no levantamento foi o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O aumento salarial acima da inflação chegou a 4%, obtido por apenas 3,6% dos sindicatos. A maior parte (46,2%), conseguiu reajustes entre 1% e 2% acima da inflação, e quase um terço dos sindicatos (28,6%) obteve aumento real de até 1%. O levantamento da CUT não incluiu os sindicatos de trabalhadores do setor público. É um dos melhores resultados dos últimos dez anos.

Segundo José Dari Krein, pesquisador do Cesit responsável pelo levantamento, três fatores influenciaram as campanhas do primeiro semestre: crescimento da economia no ano passado, a estabilidade do nível de emprego e, em menor escala, o aumento concedido para o salário mínimo a partir de maio, que teria incentivado os sindicatos a buscarem melhores resultados.

"O dinamismo da economia facilita as negociações. Com resultados ruins, o espaço para a negociação diminui. Com um ambiente econômico mais favorável, o movimento sindical conseguiu estabelecer melhores negociações e obter melhores resultados", avaliou Krein.

O pesquisador ressalta a presença de cláusulas relativas à PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em sete convenções coletivas – mesmo número do ano passado. "A continuidade da PLR nas convenções indica que está acontecendo uma consolidação desse direito, que também integra a remuneração dos trabalhadores e é pago sem ônus trabalhistas aos seus funcionários", afirmou.

Segundo semestre – O segundo semestre, período que concentra a data-base de categorias mais fortes – metalúrgicos, bancários, químicos e petroleiros, por exemplo –, deve registrar aumentos reais de 2% a 4% em São Paulo, segundo o presidente da CUT-SP, Edílson de Paula.

O sindicalista acredita que o anúncio do PIB do segundo semestre – crescimento de 1,4% em relação ao primeiro trimestre e 3,9% na comparação com o mesmo período do ano passado – irá fortalecer as negociações do período. "Antes nós pensávamos que a crise política atrapalharia as negociações. Mas agora estamos vendo que isso não tem fundamento, a economia continua indo bem. Afastamos de uma vez o fantasma da crise nas negociações", afirmou o dirigente sindical.

No Grande ABC, os metalúrgicos das montadoras já conseguiram um aumento de salários acima da inflação de 3,7%.




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