Economia Titulo Transferência
Após 24 anos, Fundição Tupy fecha as portas em Mauá

Ao todo, 124 trabalhadores perderam o emprego; já 73 vão para outras plantas

Beatriz Mirelle
Do Diário do Grande ABC
09/11/2022 | 09:19
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Tomaz de Alvarenga/DGABC 21/9/22


O prazo para que os funcionários da Fundição Tupy em Mauá escolhessem se aceitariam as transferências para unidades da fábrica fora do Estado terminou anteontem (7). Após mais de um mês de negociações, 44 trabalhadores se apresentaram na unidade da companhia em Joinville, em Santa Catarina, localizada a 562 quilômetros da fábrica do Grande ABC. Logo após chegarem na cidade, três deles desistiram da transferência e escolheram a proposta de indenização da companhia. Outros 29 optaram por ir para Betim, cidade mineira a 572 km da região.

Até o momento, 52 metalúrgicos não seguiram o contrato com a fábrica e acordaram receber o pacote de três salários, seis meses de convênio médico e seis meses de vale-compras no valor de R$ 1.200 (cada). As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

O diretor e secretário administrativo e financeiro da entidade sindical, Sivaldo Pereira, explica que, ao todo, 73 funcionários se apresentaram pessoalmente nas outras unidades da Tupy fora de Mauá. "Nesta semana, estão fazendo um processo de integração e exames médicos. É um período de adaptação. Eles ficarão em hotel por 30 dias para que possam procurar casa para alugar e levar a família. A empresa está arcando com essas despesas", pontua Pereira, que é funcionário da Tupy há 36 anos, mas não aceitou a transferência. "Inclusive, em 3 de novembro, ocorreu uma audiência com 22 pessoas. As próximas estão marcadas para os dias 16 e 28 deste mês. Já as homologações entre pessoas que têm processos judiciais contra a empresa somam 72 casos. Agora, o retorno para aqueles que estão fazendo acordo e têm estabilidade varia de R$ 100 mil a R$ 200 mil. Tem alguns casos de aposentadoria por invalidez também, que não podem ser desligados."

Ele destaca que nas negociações o sindicato conseguiu manter a estabilidade dos funcionários que mudaram de cidade. "A nossa comissão coletiva garantiu que essas pessoas tenham emprego até se aposentarem, mesmo que estejam fora do Estado", informou.

EMPRESA E PREFEITURA

A Tupy ressaltou que durante toda a negociação manteve o compromisso e suporte aos colaboradores "Mais de 70 pessoas aceitaram a proposta para continuarem a fazer parte da companhia. Agradecemos a confiança de cada um. Seguiremos trabalhando para gerar oportunidades para todos os colaboradores da empresa", divulgou em nota.

Já a Prefeitura de Mauá ressaltou os esforços para manter a Tupy, que está no Grande ABC desde 1998. "A Administração lamenta o fechamento da empresa, em mais um reflexo do momento econômico complicado que o País vive. A gestão atual empreendeu esforços para a permanência da Fundição Tupy na cidade, mas a decisão da empresa foi irrevogável", disse em nota.




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