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Novo ministro: ‘Economia não muda’
27/03/2006 | 23:37
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O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que as metas de superávit primário “são sagradas”, que a política econômica não muda, que o governo tem condições de manter a queda dos juros e que vai avaliar se mantém ou não a equipe econômica. “Primeiro vou tomar pé da situação para ver depois se será preciso fazer alguma mudança”, disse Mantega, em entrevista no Palácio do Planalto logo depois de participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Integração Nacional, Ciro Gomes, das Relações Institucionais, Jaques Wagner, e com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

Mantega disse ainda que a política econômica não é do ex-ministro Antonio Palocci, mas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é o seu fiador. A inflação está sob controle, as contas públicas equilibradas e a vulnerabilidade externa reduzida aos menores patamares”. Ele lembrou que a situação é tão favorável que o Brasil pode até programas o pré-pagamento de suas dívidas.

O ministro da Fazenda disse que o processo de crescimento econômico continua e que a geração de emprego está mantida. Afirmou que foram gerados 3,7 milhões de empregos e que neste ano a tendência é que essa taxa aumente. Previu crescimento econômico para este ano entre 4% e 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Afirmou também que o país manterá os investimentos na área social em torno de 2,5% do PIB.

Mantega não quis defender seu companheiro de partido, o ex-ministro Antonio Palocci. Disse que se ele cometeu desvios, ele é que deve responder. Afirmou que não vê nenhuma mancha difícil de ser apagada no Ministério da Fazenda por conta da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. “Se houve violação do direito constitucional isso vai ser verificado.”

BNDES – Em meio à turbulenta substituição no Ministério da Fazenda, a solução encontrada para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social) foi a mais “caseira” possível. Demian Fiocca, que foi o homem-forte de Guido Mantega no Ministério do Planejamento, onde ocupou a chefia da Assessoria Econômica, o acompanhou na transferência para o banco como vice-presidente e compartilha da mesma visão desenvolvimentista. Agora, assume a presidência do banco com o discurso de redução dos juros para incentivar o investimento.

As demais mudanças esperadas no banco devem seguir a mesma linha “doméstica”. Ainda perplexos com as mudanças anunciadas – embora o nome de Mantega já tivesse aparecido como o provável sucessor de Antonio Palocci, os detalhes no processo de afastamento do ministro causaram surpresa – funcionários ouvidos nesta segunda-feira apostaram na indicação de Maurício Borges Lemos, atual diretor da Área Social do banco, para a vice-presidência.

Todas as indicações feitas para o banco durante o governo Lula deixam claro que, apesar de vinculado formalmente ao Ministério do Desenvolvimento, vem mantendo autonomia em relação à pasta do ministro Luiz Fernando Furlan, mostrando-se mais próximo a ministérios como a Casa Civil e o Planejamento.




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