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Compromisso para aprovar MP é estratégia do PT
27/05/2004 | 23:23
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A cúpula do PT (Partido dos Trabalhadores) e seus líderes na Câmara vão tentar arrancar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, um compromisso público do governo de uma política de recuperação do salário mínimo. Essa é a estratégia do partido para tentar conter a dissidência na bancada que caminha para um novo impasse com o governo na votação da Medida Provisória que fixou o valor de R$ 260 para o mínimo.

Nesta quinta-feira, o presidente do PT, José Genoino, e o líder da bancada na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), se reuniram com um grupo de deputados petistas de correntes mais à esquerda do partido para tentar diminuir as resistências. Genoino e Chinaglia deixaram claro que não há possibilidade de o governo mudar o valor já fixado, mas acenaram com a possibilidade de elaboração de uma proposta de recuperação do mínimo para o próximo ano.

A reação, no entanto, não foi positiva e o grupo petista avisou a Genoino que não votará a favor do mínimo de R$ 260. "Oficialmente comunicamos a Genoino que vamos marchar firmes para tentar alterar a proposta, R$ 260 não dá", afirmou o deputado Walter Pinheiro (PT-BA). A posição do grupo foi expressa em um documento entregue a Genoino com assinaturas de 21 deputados e da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).

No documento, o grupo manifesta a convicção de que o valor de R$ 260 poderá ser alterado com o aumento de arrecadação uma pequena redução do superávit primário e no remanejamento de dotações orçamentárias.

"A elaboração de uma política sobre o mínimo é uma proposta óbvia para um governo petista, já chega com atraso, mas não pode ser uma compensação para votar o mínimo de R$ 260", afirmou o deputado Chico Alencar (PT-RJ). "Uma proposta para o futuro todos têm de ter. Queremos saber do presente", disse a deputada Maninha (PT-DF).

Com a posição irredutível de Genoino e de Chinaglia em relação ao valor do mínimo, os deputados argumentaram que queriam uma negociação direta com o presidente Lula, mas não foram atendidos. "Está claro que pelas mãos do presidente do PT não será movida uma palha para alterar o mérito da proposta. Por isso, queremos negociar diretamente com o governo", disse Pinheiro.

Sem um resultado concreto na negociação, Genoino propôs um acordo de procedimento. "Vamos tratar a questão sem atrito. Não vamos sangrar", disse. Genoino evitou também falar em punição. Parte do grupo que assina a nota já foi punido porque ficou contra a posição do governo na votação da PEC da reforma da Previdência.




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