Política Titulo Entrevista
Marcelo Lima diz que irá trabalhar para unir a região
Da Redação
11/10/2022 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Vice-prefeito de São Bernardo e deputado federal eleito no último dia 2 com 110.430 votos, Marcelo Lima (Solidariedade) pretende trabalhar, em Brasília, para garantir a união do Grande ABC, independentemente da ideologia política. Para ele, é necessário que a bancada da região na Câmara – composta por quatro parlamentares – trabalhe em conjunto para garantir mais recursos para as sete cidades, alémde ouvir as demandas dos prefeitos da região. Marcelo disse que irá procurar os deputados eleitos pelo Grande ABC, logo após o segundo turno, para construir essa unidade a favor dos municípios. Entre os projetos que irá apresentar na Câmara estão o fim da audiência de custódia e a instalação do curso de Medicina na UFABC (Universidade Federal do ABC). Ele também falou sobre a possível fusão do Solidariedade e do Pros e do apoio que declarou ao ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo do Estado. 

Qual sua avaliação e seu sentimento após ter recebido mais de 110 mil votos nas urnas?

A avaliação é que a nossa mensagem chegou ao eleitor. Quando eu levava propostas em reuniões ou pelas redes sociais, o sentimento é que as pessoas ouviram. Por exemplo, falei sobre o fim da audiência de custódia e via que muita gente queria um deputado que fizesse isso. Falei também sobre a necessidade de instalação do curso de Medicina na UFABC (Universidade Federal do ABC). Isso também nos traz muita responsabilidade. Claro que a expressiva votação nos surpreendeu, já que muitos políticos experientes não conseguiram mandato. Uma questão importante é a boa avaliação do governo de São Bernardo, a exemplo de Santo André, com a vitória de Ana Carolina Serra (PSDB), assim como a Carla Morando (PSDB), também em São Bernardo. A avaliação da administração e o apoio do prefeito Orlando Morando (PSDB) me ajudaram muito. Foi muito importante na eleição. 

São Bernardo elegeu três deputado federais. Na sua leitura, o que isso significa?

O eleitor da cidade reconheceu, do lado da esquerda, o nome de Luiz Marinho (PT) para a Câmara. O Alex Manente (Cidadania) teve o reconhecimento de seu mandato parlamentar e, no meu caso, o representante do governo Orlando Morando. A polarização, muito presente em São Bernardo, diferentemente de outras cidades, também contribuiu para a vitória dos três.

Como o sr., como deputado federal, vai atuar para trazer o curso de Medicina para a UFABC?

A ideia é fazer com que os campi de Santo André e de São Bernardo insiram na grade o curso de Medicina. É possível. Discuti com professores e a direção da universidade. Vou conversar com o MEC (Ministério da Educação) e Ministério da Saúde. Essa é uma missão minha. Vou lutar por isso. Há ociosidade nos prédios. Vou brigar pelo Grande ABC. A minha votação na região (72% do total de votos) mostra que tenho que trabalhar muito pela nossa região. 

E sobre a questão do fim da audiência de custódia?

Não dá mais. Precisa acabar com isso. Um assaltante preso em flagrante pode sair em 24 horas. Não pode ser assim. A audiência de custódia não está no ordenamento jurídico, é um entendimento. Quero colocar uma lei que acabe com isso. O policial coloca a vida dele em risco pela nossa. Essas audiências acabam desmotivando esses profissionais. E não acredito que haja algum deputado que vá contra o fim da audiência de custódia.

Qual será sua primeira ação voltada ao Grande ABC?

Vou bater em cada cidade, nos prefeitos e nas câmaras. Independentemente de ideologia partidária dos prefeitos ou de quem vai ganhar a eleição, precisamos agora unir nossa região. Vou trabalhar pela união do Grande ABC. 

Nesse sentido, qual será seu papel para garantir a criação da bancada do Grande ABC na Câmara?

Vou chamar os deputados eleitos para conversar e, juntos, ver o que as cidades precisam. Vou propor reunião entre os parlamentares e os prefeitos, para que digam as necessidades e o que esperam da bancada regional. Quero fazer de tudo para que isso aconteça até antes da posse. A bancada federal eleita não deve olhar partidos. E sim caminhar junto. Vou trabalhar muito para isso. Passando o segundo turno, vou fazer esse convite aos colegas eleitos. Vamos ouvir as demandas individuais, de cada cidade, e as propostas regionais. Vamos lutar para trazer os recursos. Vamos ouvir também o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para saber dos projetos em andamento e como podemos ajudar os municípios.

Como será sua atuação na Câmara em caso de vitória de Lula ou Jair Bolsonaro?

Precisamos lembrar que o Brasil tem hoje 11 milhões de pessoas desempregadas. Que o botijão de gás custa R$ 130. Que o quilo de feijão está R$ 12. O Brasil hoje não admite mais picuinha política. Independentemente de quem for eleito, o presidente terá o meu apoio no que for bom para o País. Não posso começar a brigar se entrar um presidente que eu não gosto. O Brasil precisa de paz.

Após o resultado das urnas no primeiro turno, o Solidariedade iniciou conversas para fusão com o Pros. Qual sua avaliação?

O caminho dos dois é a fusão, como de outros partidos que não alcançaram a cláusula de barreira. Não dá para fazer campanha se não tiver partido que tenha fundo eleitoral e tempo de TV. Vejo essa união com bons olhos. Mas as conversas estão começando. O caminho é natural. Vou discutir essa questão e quero entender bem essa proposta de fusão. Quero também saber o que o Pros e o Solidariedade estão pensando sobre o futuro. Tive votos em 399 cidades. Quem vai ser o representante dessas regiões? É preciso entender quem vai cuidar do partido, quais prefeitos estarão no projeto. Minha ideia é caminhar com a fusão, que tenha projeto de fortalecer o partido, que possa sair maior da eleição de 2024. O objetivo é que, se as conversas avançarem, definir isso até janeiro, antes da posse dos deputados, que é em fevereiro.

O sr. declarou apoio ao candidato Tarcísio da Freitas (Republicanos), diferentemente do presidente do partido, Paulinho da Força, que decidiu apoiar Fernando Haddad (PT). Como essa divergência foi trabalhada no partido?

Meu voto no primeiro turno foi para o governador Rodrigo Garcia (PSDB). E ele já fez o gesto, após o primeiro turno, de apoiar o Tarcísio. Eu não me olho apoiando o PT. Orlando, Carla e eu estivemos com Tarcísio e levamos o pedido do compromisso de, se ele for eleito, continuar dando andamento a convênios e obras já contratadas, como o viaduto estaiado e a unidade da Rede Lucy Montoro, além de levar outras demandas para mais investimentos. Ele sinalizou positivamente e reafirmou o compromisso com São Bernardo e com o Grande ABC. Isso já havia sido conversado no partido. de que teria tranquilidade para apoiar meu candidato a governador e presidente, e isso foi muito bem resolvido. Essa questão é pacificada.

Com a sua vitória, a função de vice-prefeito de São Bernardo, a partir de fevereiro, será ocupada pelo presidente da Câmara, que será eleito pelos vereadores para o próximo biênio. O sr. vai participar desse debate em torno do nome?

Essa questão vai ser construída com um bom diálogo. Não há nenhum problema entre o prefeito Orlando e eu. Sempre trabalhamos juntos. Tenho certeza que esse diálogo será feito em conjunto com os vereadores e irei participar diretamente. Até porque essa eleição da Câmara tem um componente extra, já que também será o próximo vice-prefeito até o fim da gestão. Isso passa por uma discussão importante, que envolve também o Executivo. Será um debate coletivo. Esse time político que mostrou força na eleição para eleger uma deputada estadual e um deputado federal, e que também ajudou outros nomes, irá saber dialogar sobre esse assunto. Tenho certeza que será uma decisão em conjunto.




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