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Trabalhadores fazem manifestação na fábrica da Tupy

Empresa quer transferir trabalhadores da região para unidades de Joinville (SC) ou Betim (MG)

Beatriz Mirelle
06/10/2022 | 09:35
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Beatriz Mirelle/DGABC


Os funcionários da Tupy Fundições fizeram manifestação, nesta quinta-feira (6), em frente da fábrica, no Capuava, em Mauá. Os trabalhadores alegam que as opções oferecidas após a notificação de fechamento da planta no Grande ABC não são suficientes, levando em consideração que os trabalhadores possuem doenças adquiridas em ambiente de trabalho. A ação contou com cerca de 40 pessoas.

A companhia se disponibilizou a remanejar as equipes regionais nas unidades de Joinville, em Santa Catarina, ou Betim, Minas Gerais. Para aqueles que não aceitarem seguir o contrato com a fábrica, foi oferecido pacote de três salários, seis meses de convênio médico e seis meses de vale-compras de R$ 1.200. Os metalúrgicos têm até 14 de outubro para escolher qual medida aceitará.

O diretor e secretário administrativo e financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Sivaldo Pereira, funcionário da Tupy há 36 anos, informa que cerca de 45 pessoas já foram demitidas e acataram esse pacote. “Outros 25 assinaram a carta de intenção para concordar com o acordo. Na empresa, têm pessoas que vão se aposentar daqui a 10, 20 anos. Então, os valores variam. Temos 64 pessoas que aceitaram ir para as outras plantas. A maioria vai para Betim e está indo porque não tem outra opção", comenta. "A nossa convenção dá ao trabalhador a garantia de emprego até se aposentar caso ele tenha algum tipo de doença ocupacional ou acidente de trabalho. A Tupy garante que manterão os empregos nas outras cidades, mas, para quem quer ficar, eles estão muito irredutíveis."

O operador Claudinei de Freitas, de 40 anos, trabalha há 18 anos com fundição, sendo 11 deles na Tupy. “Estou afastado pelo INSS pelo problema no ombro e as três hérnias de disco que tenho. Tudo adquirido pelo cargo que tenho. Em pouco tempo, não tem como decidir uma mudança tão grande, porque também envolve minha esposa e meus dois filhos.” O funcionário recebe B94 (auxílio acidente) e vê a manifestação como uma maneira de sensibilizar a companhia. “Queremos que os diretores se coloquem no nosso lugar. A situação é difícil. Assim como eu, vários colegas também não arrumam emprego se saírem daqui.”




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