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Serei um aliado do prefeito em Brasília, diz Marangoni
Da Redação
06/10/2022 | 08:10
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Ex-secretário de Habitação de Santo André e ex-secretário-executivo de Habitação do Estado, Fernando Marangoni (União Brasil) conseguiu, em sua primeira candidatura, garantir o mandato de deputado federal, com 89.390 votos. Segundo ele, o eleitor entendeu a mensagem de sua campanha de que a cidade estava perdendo muito por não ter, há duas decadas, um representante em Brasília. “O morador agora tem para quem ligar. Com essa eleição, a cidade começa um processo de mudança e a tendência é que o eleitor volte a escolher candidatos de Santo André”, disse. Ele também atribuiu o bom resultado à aprovação do governo do prefeito Paulo Serra (PSDB). “É importante o prefeito ter um deputado aliado.” Marangoni também se comprometeu a lutar pela formação de uma bancada que olhe pelas demandas do Grande ABC. Ele aguarda a posição do partido sobre apoio federal. Em São Paulo, estará com Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Fermando Haddad (PT) foi reprovado pela população da Capital.

Qual sua avaliação sobre o resultado das urnas no domingo?

Talvez essa eleição tenha sido a mais difícil desde a redemocratização. A gente já veio de uma eleição complicada em 2018, que se repetiu de certa forma agora, mas com uma polarização muito mais agressiva. Hoje os dois extremos vão muito bem e a gente, que estava na raia do centro, sofremos muito essa pressão dos dois lados. Quando olho o resultado geral, me surpreendi positivamente com a votação. É a primeira campanha que faço. Nunca tinha sido candidato. Atuei no Executivo de Santo André e no Estado. Esse resultado veio de um trabalho, de muita entrega. E a população soube reconhecer isso e conseguiu afastar da gente essa disputa ideológica. Foi um voto de confiança e de resultado. Estou muito feliz.


O sr. chega em Brasília com qual pensamento, qual missão?

Tem muitas discussões importantes e estruturais para o País que estão acontecendo no Congresso e Santo André não tinha voz. Reforma política, administrativa, correção da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) são alguns dos temas. Há muitas discussões importantes que a cidade não participava. E não pode mais estar de fora. As pautas da habitação e da regularização fundiária também estarão muito presentes. E vamos tratar do desenvolvimento urbano como um todo. A habitação faz parte do planejamento das cidades e eu vi isso claramente quando estive no governo do Estado. Muitos municípios não estão muito preocupados com isso. E essa questão precisa ser discutida. A pauta da habitação é muito maior e vamos levar o tema para Brasília. Precisamos rever o estatuto das cidades e criar o estatuto dos bairros. Isso tem reflexo em tudo. Se o desenvolvimento urbano vai bem, saúde, educação e segurança vão bem também, por exemplo. Não adianta o filho ter vaga na creche e a família não ter onde morar.

Durante a campanha o sr. abordou o fato de Santo André estar há 20 anos sem eleger federal e coube à sua candidatura quebrar esse tabu. O que isso significa?

A percepção das pessoas na política parte de sua casa. Santo André teve prefeitos que não foram reeleitos, antes do Paulo Serra (PSDB). Eles foram reprovados. A gente vinha de uma Santo André em que as pessoas estavam desconectadas da política e depois, com o Paulo, que está fazendo uma excelente gestão, as pessoas voltam a olhar para a política. Muita gente não sabia que a cidade estava há tempo sem representante federal. A campanha acertou nessa mensagem. Tanto que fui o mais votado na cidade, entre os que são de Santo André. Fiquei atrás apenas do Alex Manente (Cidadania), que já era deputado, faz um grande trabalho e é muito conhecido. O andreense, então, começa a absorver esse recado. Moro aqui, vivo aqui e encontro as pessoas. O morador agora tem para quem ligar, para quem cobrar. Com essa eleição, a cidade começa um processo de mudança e a tendência é que o eleitor volte a escolher candidatos da cidade.

A vitória da primeira-dama Ana Carolina Serra (eleita deputada estadual) também representa isso?

Com certeza representa. A eleição dela representa a aprovação do governo Paulo Serra. Teve uma votação expressiva na cidade, fruto do excelente trabalho dela e de toda a gestão.

O sr. sempre teve uma boa relação com o prefeito de Santo André. Estando em Brasília, estará mais próximo ainda da administração municipal?

Eu sou sempre adepto da união e da construção. Fui secretário de Habitação do governo do Paulo Serra na primeira gestão e depois fui para o Estado. Lá, eu atendia muitos deputados, mas ninguém bateu na minha porta pedindo pela minha cidade. Mas graças a essa conexão que sempre tivemos, mandamos mais de R$ 1 bilhão para Santo André, somando todas as ações de urbanização. Seguramente esses recursos não teriam vindo para cá se eu não estivesse lá como secretário. Deputado é a porta de entrada do município e isso sempre ficou muito claro para mim. É importante as pessoas compreenderem isso. Vou estar em Brasília articulando recursos para Santo André e vou falar muito com o prefeito sobre as oportunidades de recursos do governo federal. Com 20 anos sem a presença de um deputado federal, certamente Santo André deixou de receber bilhões de reais pela falta de representatividade política. E vou me dedicar muito para isso. Muito trabalho e muita transparência. É importante o prefeito ter um deputado aliado em Brasília. Tenho certeza que vou conseguir ajudar muito a cidade.

O Grande ABC conseguiu dobrar o número de deputados e agora contará com quatro federais. Qual será seu papel na construção da bancada da região?

Isso é fundamental. Vou me empenhar muito para que a gente tenha, de fato, uma frente parlamentar em defesa do Grande ABC. Nossas necessidades são muito parecidas. A gente vive em uma conurbação urbana, com muitas demandas similares. Por isso, precisamos falar a mesma língua. Vou me empenhar para que a gente esteja constantemente juntos, para que a gente não bata cabeça, independentemente de partido, para discutir os problemas e soluções para o Grande ABC. Ideologias precisam ser respeitadas. O importante é trabalhar pela região. Espero que a gente consiga. Fiquei feliz com o aumento da bancada e tenho certeza que o Grande ABC merece mais.

Nesse sentido, dá para chegar à conclusão que o sr. recebeu voto tanto do eleitor do Lula quanto do Bolsonaro?

Sem dúvida. Isso é muito claro em nosso mapa eleitoral, nas mais de 400 cidades em que tivemos votos. Tem regiões específicas no Estado que nos deram muitos votos e que tem opção clara ao presidente Bolsonaro e tem outros locais que são claros apoiadores do ex-presidente Lula. Por isso, fiquei muito contente que o voto dado a mim foi de reconhecimento do trabalho, independentemente da ideologia. Mas nós levamos a mensagem e o eleitor retribuiu. Fato é que tive sim votos dos dois lados.

Como deve ser o deputado Marangoni em um possível mandato de Lula ou de Bolsonaro?

Vou sempre aguardar o posicionamento do partido, ainda que possa não concordar. Não é segredo que nadamos na raia do centro e preciso ser coerente. O Brasil, além de ser uma das maiores economias do mundo, também tem uma das maiores desigualdades. Não há receita pronta nem de um lado nem de outro. Eu defendo um Estado mais enxuto. Essa é pauta mais à direita. Mas também defendo que o Brasil tenha programas sociais fortes para socorrer quem está se afogando. Essa é uma pauta mais à esquerda. A gente precisa conviver com os dois lados e buscar o que há de melhor. Por isso é tão importante fazer reformas estruturantes para gerar mais emprego e desafogar os programas sociais. Quero levar para Brasília uma proposta que é do governador Rodrigo Garcia, que é de atrelar o ensino médio ao ensino técnico. Vou fazer um mandato programático e não ideológico.

No caso de São Paulo, o União Brasil optou por Tarcísio de Freitas. Qual sua avaliação?

É uma manifestação do partido que eu concordo. Fernando Haddad foi o pior prefeito da Capital. A população não o reconduziu ao cargo. Se fosse bom, o eleitor teria garantido a reeleição. Ele perdeu inclusive para brancos e nulos. Ele não tem a menor condição, como gestor, de comandar um Estado tão complexo como São Paulo, com realidades tão distintas. Ele não conseguiu cuidar de uma cidade. Tarcísio representa essa continuidade de boas gestões no Estado. O PT nunca comandou o Estado de São Paulo. Ele vai ter um grande desafio, mas tenho certeza que ele irá formar um grande time. O Tarcísio é um grande gestor e já provou isso. 




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