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'Prévia' do PIB surpreende e vê alta de 1,17% em julho
16/09/2022 | 07:00
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Em mais uma surpresa positiva, a economia apresentou forte crescimento em julho ante junho, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado ontem. O dado aponta viés positivo para o PIB do terceiro trimestre. Alguns economistas, porém, veem risco de desaceleração da atividade à frente.

O indicador subiu 1,17%, considerando a série livre de efeitos sazonais, ou seja, uma compensação para comparar meses diferentes. Em junho, a alta havia sido de 0,93% (dado revisado ontem).

De junho para julho, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 143,86 pontos para 145,55 pontos na série dessazonalizada, o maior valor desde dezembro de 2014 (146,22 pontos). O resultado superou as estimativas do mercado financeiro coletadas pelo Estadão/Broadcast, que oscilação entre alta de 0,10% e avanço de 1,0% (mediana de 0,50%).

Na comparação entre os meses de julho de 2022 e de 2021, houve crescimento de 3,87% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 148,86 pontos em julho, o melhor desempenho para o período também desde 2014 (149,85 pontos).

O indicador de julho ante o mesmo mês de 2021 ficou fora do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam de avanço de 2% a crescimento de 3,70%, com mediana positiva de 2,75%.

"Ainda temos dificuldade de conciliar esse resultado com os dados que o IBGE tem mostrado, os principais indicadores de atividade, serviço, comércio e indústria. Mesmo considerando outros indicadores, como o setor público, o DataSUS e o mercado de trabalho, temos dificuldade de conciliar e compreender esse número bem acima do que estávamos imaginando", afirma o economista do Banco BV Carlos Lopes.

PARÂMETRO

Conhecido como uma prévia do BC para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2022 é de crescimento de 1,7%, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que pode ser atualizada no fim deste mês.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, ainda segundo o BC, o nível de atividade registrou expansão de 2,52% (sem ajuste sazonal).

"Esperamos que alguns dos segmentos de serviços ainda impactados pela covid (em particular, os serviços prestados às famílias) se recuperem mais", escreve o diretor de Pesquisa Macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. No texto, Ramos destaca que o IBC-Br deixou sobra estatística positiva de 1,7%, para o terceiro trimestre, e de 3,3% em 2022. Apesar dos números positivos, o analista ainda vê tendência de desaceleração da atividade à frente, devido aos impactos defasados da política monetária, alto nível de endividamento das famílias e desaceleração da economia global.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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