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Câmara de S.Bernardo não fala de supersalários

Presidente opta por ignorar pedidos de esclarecimentos; dados constam no Portal da Transparência

Da Redação
25/08/2022 | 08:38
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André Henriques/DGABC


No dia em que o Diário revelou que a Câmara de São Bernardo paga supersalários a servidores públicos, tanto efetivos como comissionados, os vereadores preferiram ignorar o escândalo da farra com recursos públicos. Ontem, durante a sessão, os parlamentares optaram por não falar sobre o assunto no plenário, nem mesmo os vereadores de oposição.

O presidente da Câmara, Estevão Camolesi (PSDB), novamente não quis dar entrevista para falar sobre o escândalo. A reportagem apurou que, nos bastidores, Camolesi foi criticado por não ter respondido aos questionamentos na tarde de terça-feira, apesar dos recados deixados no e-mail, no gabinete, no WhatsApp e na caixa postal do celular. As críticas vieram até do Executivo de São Bernardo.

Antes da sessão, o tucano decidiu encaminhar um comunicado a todos os vereadores, negando o pagamento de supersalários e dizendo que as informações da reportagem eram inverídicas. Todos os dados que constam no texto publicado na edição de ontem foram colhidos no Portal da Transparência da Câmara de São Bernardo. Entre as informações presentes no site do Legislativo, está o rendimento bruto de R$ 101.425,61 à procuradora Daiane Fernandes Baratela, em fevereiro deste ano. No mesmo mês, o portal mostra pagamento de R$ 78.403,34 ao também procurador Eric César Marques Ferraz. A cehefe de gabinete da presidência, Diva Aparecida Vieira Marucci, recebeu R$ 54.842,58 em janeiro,

Durante a manhã, a assesoria do presidente do Legislativo enviou nota afirmando que os pagamentos exorbitantes são “decorrentes de indenizações de férias acumuladas e pagamentos de licenças prêmios”, sem dizer em quais casos foram aplicadas as premiações, e quanto representam do valor efetivamente pago pelos recursos oriundos dos contribuintes de São Bernardo.

À tarde, após novo pedido de entrevista, a informação passada foi a de que “ao término da sessão plenária, o presidente teve que ir a um compromisso político de São Paulo”, sem esclarecer por qual razão Estevão Camolesi não poderia dar os esclarecimentos ao Diário pelo telefone. A Câmara ainda insistiu que os vencimentos não ferem o teto municipal, que é o salário do prefeito Orlando Morando (PSDB), de R$ 30.625,77, como prevê a Lei Orgânica. 




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