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BRF: prejuízo líquido sobe 126% no 2º trimestre e soma R$ 451 milhões
10/08/2022 | 21:11
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A BRF registrou prejuízo líquido de R$ 451 milhões no segundo trimestre de 2022, ante prejuízo líquido de R$ 199 milhões reportado no segundo trimestre do ano passado, o que significa um aumento de 126%, informou a companhia em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 10.

A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,939 bilhões, aumento de 11,2% sobre os R$ 11,637 bilhões de igual trimestre de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF alcançou R$ 1,368 bilhão de abril a junho deste ano, alta de 7,7% ante o R$ 1,271 bilhão do igual intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustada foi de 10,6%, ante 10,9% na mesma base comparativa. O Ebitda consolidado ficou em R$ 897 milhões, alta de 10% ante R$ 1,294 bilhão reportado no ano passado.

Em comunicado enviado à imprensa, a BRF informou que a dívida líquida ficou em R$ 14,266 bilhões, R$ 525 milhões a menos que o reportado de abril a junho de 2021. A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 3,14 vezes, contra 2,83 vezes no primeiro trimestre do ano.

A empresa disse ainda que gerou R$ 961 milhões em fluxo de caixa operacional no período. Entretanto, o fluxo de caixa livre apontou consumo de R$ 12 milhões. O capex para investimentos, por outro lado, totalizou R$ 983 milhões no trimestre, ante R$ 882 milhões em igual período de 2021.

Em relação às vendas, no segundo trimestre do ano a BRF comercializou 1,157 milhão de toneladas de produtos, uma alta de 0,8% em comparação com as 1,148 milhão de toneladas de um ano antes.

No Brasil, o crescimento foi de 12,4% na receita líquida, que passou de R$ 5,817 bilhões para R$ 6,536 bilhões de um ano para o outro. O maior faturamento foi impulsionado pelo volume comercializado de carne de aves e suínos in natura e produtos processados, de 21,9% e 19,2%, respectivamente, mas com queda de 14,8% do preço médio de suínos, ainda reflexo do desequilíbrio de oferta de animais provocado pela redução das importações chinesas, segundo a companhia. "Os volumes ficaram abaixo do ano anterior, porém observamos uma normalização das vendas ao longo do trimestre, mesmo diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador", diz a BRF. O preço médio dos produtos subiu 17,1% mesmo em uma conjuntura de crise econômica, para cerca de R$ 11,95 quilo.

Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 6,116 bilhões, alta de 12,7% sobre o período encerrado. O volume de vendas chegou a 478 mil toneladas, queda de 4,2% em relação às 499 mil toneladas comercializadas um ano antes. O preço médio dos produtos em reais cresceu 17,6%, para R$ 12,80 o quilo. O principal destaque é a operação para o mercado halal, cuja demanda continua aquecida para aves. A receita proveniente do mercado aumentou 27,9% no segundo trimestre do ano, para R$ 2,687 bilhões. Segundo a BRF, o cenário positivo de preços de exportação de frango brasileira para a região atingiu picos históricos, expandindo o resultado do segmento.

"Destacamos o crescimento do volume de 13,4% na comparação anual e aumento de 21,4% dos preços médios em dólares na mesma base. Houve queda de volume versus o trimestre anterior que é explicada pelo efeito sazonal positivo do pré Ramadã, quando aumentamos as vendas a nossos clientes, que antecipam o movimento de maior consumo da população durante o Ramadã, que ocorreu entre abril e maio", disse a empresa, em nota.

Além disso, as exportações diretas da BRF somaram 162 mil toneladas, queda de 8%, com receita de R$ 1,943 bilhão, alta de 25,3%, na comparação anual. Segundo a empresa, isso é reflexo do avanço do preço da carne de frango com a redução da oferta global de carne, causada pelo o conflito entre Ucrânia e Rússia e temores com o avanço do surto de gripe aviária nos Estados Unidos, "observou-se a evolução progressiva dos preços em dólares principalmente nos mercados Halal e Américas".

Para o restante do ano fiscal de 2022, a BRF vê que a Copa do Mundo, que terá sede no Catar, ocorrerá em novembro, coincidirá com as tradicionais campanhas comemorativas do final do ano, o que deve impulsionar a marca no mercado brasileiro e no mercado Halal. "Cabe nossa cautela e prudência com relação às variáveis que impactam nossa cadeia e a dinâmica dos diferentes mercados. Câmbio, renda, frete internacional, relações diplomáticas entre nações, entre outros, podem afetar nosso negócio", disse a companhia.




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