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Grande ABC supera a marca de 50 casos de varíola dos macacos

Em três dias, região registrou alta de 24% nas infecções; Ministério da Saúde anuncia chegada de remédio e vacina para combate da doença

Renan Soares
Diário do Grande ABC
02/08/2022 | 08:18
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Cynthia S Goldsmith/ABr


O Grande ABC atingiu ontem a marca de 52 casos de contaminação pelo vírus monkeypox (varíola dos macacos). São Bernardo e Santo André continuam em segundo e terceiro lugares no Estado, com 19 e 17 infectados, respectivamente.

Ambas as cidades são superadas apenas pela Capital, que contabiliza 837 casos. Desde a última atualização divulgada pelo Diário, há três dias, mais dez pacientes apresentaram quadro positivo para a doença, com 24% de aumento.

Ribeirão Pires, que ainda não havia notificado casos da infecção, confirmou ontem o primeiro registro. Dos 17 casos informados pelo Paço andreense, três pacientes já estão curados. Rio Grande da Serra é o único município sem relatar episódios.

As prefeituras esclareceram que seguem adotando medidas de capacitação para os funcionários da rede de saúde pública, além de orientações para a população como forma de prevenção ao vírus.

As cidades da região representam 27% dos casos estaduais da doença – sem contabilizar a Capital. A cada quatro pacientes infectados, um é morador do Grande ABC. Até o momento, 52 municípios já registram a varíola dos macacos no Estado.

Questionado pela reportagem do Diário, o Ministério da Saúde afirmou que a vacinação não é determinada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em países não endêmicos da doença, caso do Brasil. Além disso, a pasta ressalta ainda que vem tendo conversas com a organização para definir aquisições de doses e definir estratégias de aplicação junto ao PNI (Programa Nacional de Imunizações).

De acordo com a previsão do Ministério, as primeiras vacinas contra a varíola dos macacos devem chegar em solo brasileiro em setembro, com cerca de 20 mil doses, e mais uma leva de 30 mil imunizantes para outubro. A princípio apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras dos pacientes e pessoas que tiveram contato próximo com infectados deverão receber a aplicação. O imunizante será ministrado em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou ontem, em suas redes sociais, que o Brasil receberá, por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o medicamento antiviral Tecovirimat para combater a varíola dos macacos. Queiroga, porém, não comentou quando o medicamento estará disponível para a população. “Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, afirmou.

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) criou um Comitê Técnico da Emergência Monkeypox na última semana para elaborar ações coordenadas e rápidas contra o novo vírus.

O Brasil registrou a primeira morte pela doença na última quinta-feira, em Belo Horizonte, nas Minas Gerais. A vítima era um paciente do sexo masculino, 41 anos.

SOBRE O VÍRUS

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a varíola dos macacos pode ser transmitida por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados.

O vírus também pode infectar as pessoas através de fluidos corporais. Apesar do nome, os primatas não humanos não são reservatórios do vírus e o atual surto da doença não tem relação com os animais.

Os sintomas duram de duas a quatro semanas e variam entre febre, inchaço dos gânglios, aparecimento de feridas parecidas como espinhas ou bolhas, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão.

“É importante, como forma de prevenção, evitar o contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham essas lesões de pele, evitar beijar, abraçar e fazer sexo com alguém que já possua a doença. É importantíssimo que se mantenha etiqueta respiratória e a higienização das mãos com água e sabão e álcool em gel, e também o uso de máscara para todos aqueles que tenham algum caso positivo na residência”, alerta a diretora do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do Estado, Tatiana Lang D''Agostini.  




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