O preço do litro do etanol caiu até R$ 0,30 no Grande ABC após a redução da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de 13,3% para 9,57%, anunciada na segunda-feira. De acordo com o Regran (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Grande ABC), postos de combustíveis da região superaram a projeção de queda de R$ 0,17 na bomba, feita pelo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).

“Quando o posto recebe o combustível com redução da distribuidora, ele já repassa imediatamente. Diminuiu em torno R$ 0,30 por litro”, pontua o presidente do Regran, Roberto Leandrini. Ele crê que o etanol siga mais barato ao menos até a eleição, em outubro, voltando depois ao patamar anterior, quando custava até R$ 5 no Grande ABC. A redução do ICMS vale até 31 de dezembro.

O frentista Gilvani José, 58 anos, que trabalha em um posto Ipiranga na Avenida Atlântica, em Santo André, observa que os preços dos combustíveis vêm reduzindo há cerca de duas semanas. “Valores menores aumentam o fluxo de clientes, mas ainda não está satisfatório”, diz.

“Quanto mais o preço cai, melhor para todos. Os consumidores voltam a tirar o carro da garagem com maior frequência. Eles conseguem rodar mais quilômetros com R$ 50, por exemplo”, destaca Ariovaldo Almeida, 55 anos, frentista em posto no Centro de Santo André. No estabelecimento, o litro do etanol custava R$ 4,59 no início da semana e agora está em R$ 4,29.

COMPETIÇÃO

Osimar Souza, 52 anos, gasta 40% do dinheiro que recebe com corridas de aplicativo para abastecer o carro diariamente. Apesar do valor do etanol ter diminuído e o carro dele ser flex, o morador do Parque Novo Oratório, em Santo André, não abre mão de abastecer com gasolina. “A gasolina também é mistura com etanol, mas não escolho colocar álcool puro. Mesmo vendo o etanol por R$ 4 em alguns lugares, percebo que o desempenho do carro não é o mesmo e evito colocar.”

MONITORAMENTO

Desde a redução do ICMS sobre a gasolina, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo afirmou que monitora 1.200 postos no Estado – incluindo o Grande ABC. A fiscalização, anunciada por Rodrigo Garcia , tem como objetivo garantir a redução de preços aos clientes, evitando que os donos de postos se aproveitem da medida para recompor suas margens de lucro.

Mesmo com a fiscalização, cerca de 30% dos postos das sete cidades ainda não receberam o etanol com o valor reduzido. “Eles não correm riscos de serem penalizados porque só conseguem repassar quando receberem mais barato das distribuidoras. Caso contrário, isso queima o capital de giro dele”, ressalta o presidente do Regran.