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Crédito deve crescer até 25% em 2008
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
17/02/2008 | 07:20
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Nem a crise externa norte-americana assustou o mercado interno sobre o andamento do crédito no País em 2008. Após alta de 27,3% no ano passado ante 2006, o volume de dinheiro disponível para empréstimo em âmbito nacional deve continuar em ascensão. Especialistas prevêem alta de 20% a 25% até dezembro.

Em termos numéricos, os R$ 932,3 bilhões de volume disponível para empréstimos no ano passado podem chegar a R$ 1,15 trilhão. O montante em relação ao PIB, que fechou o ano passado em 34,7%, deverá atingir os 40%.

As justificativas são consenso entre especialistas: apesar da crise externa, o Brasil alcançou alto nível de estabilidade econômica, com o mercado interno aquecido. “As vendas de carro em janeiro de 2008 foram recordes para o período. Estamos com queda no desemprego e com a economia em crescimento, o crédito deverá subir no patamar de 20% no final deste ano”, disse o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Érico Ferreira.

Outro fator a ser levado em conta, segundo o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, é o costume do consumidor de não se prender tanto aos juros. Ele estima que, mesmo com a Selic (taxa básica de juros) em 11,25%, o crédito deve crescer 25% este ano. “Com a inflação sob controle, há espaço para a queda da Selic. No entanto, a crise dos Estados Unidos é uma incógnita e não há como prever”, disse.

Apesar de ter aumentado no ano passado, a inflação fechou 2007 em 4,46%, dentro da meta de 4,5% do governo. Em janeiro deste ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,56% no acumulado de 12 meses. No entanto, o índice mensal apresentou queda de 0,74% em dezembro para 0,54% no mês passado.

Segundo o assessor econômico da Serasa, Carlos de Almeida, por causa da alta do crédito, o endividamento no final de 2007 foi recorde para o período. “Os bancos universalizaram as linhas. Com a alta do emprego, o consumidor se sentiu seguro para tomar empréstimo.” A inadimplência ficou em 6,9% em janeiro, queda de 1,4% ante dezembro. Almeida acredita que, caso a economia continue estável, as dívidas cairão este ano. “Mas ainda serão maiores que as observadas no ano passado.”

O economista Victor Hohl revela que, na medida em que a população for se endividando, a disponibilidade de crédito deve diminuir. Ferreira, da Acrefi, discorda. “As pessoas não ficam endividadas ao mesmo tempo. Enquanto algumas começam a pagar, outras estão no término.”

Estudo da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) com especialistas do setor bancário prevê alta de 21% nas operações de crédito. A pesquisa estima que a Selic permaneça em 11,25% neste ano.




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