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Melhora qualidade da água nos reservatórios da Grande SP
Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
20/04/2004 | 22:22
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  As águas dos três principais reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo – que correspondem às bacias das represas Billings, Guarapiranga e Cantareira (rio Juqueri) – apresentaram condições “boas” e “ótimas” de consumo no decorrer do ano passado. O resultado do Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo 2003 foi divulgado nesta terça pela Cetesb (Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Na Billings, a qualidade da água saltou de “regular”, com 49 pontos (já quase considerada boa), para “boa”, com 74 pontos (já quase ótima).

O estudo é resultado de um trabalho de monitoramento feito com base em dados coletados em 290 pontos de medição no Estado, sendo a grande maioria (204 pontos) em áreas industrializadas. Oito desses pontos estão no Grande ABC, no braço Rio Grande da Billings, distribuídos por São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires.

A conclusão tem como base um índice de medição criado pela Cetesb para a produção do relatório anterior, o IAP (Índice de Qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento), cuja escala utiliza valores de zero a 100, passando pelas categorias péssima, ruim, regular, boa e ótima. Por conta disso, o único referencial utilizado pela Cetesb foi o relatório do ano passado.

No caso dos oito pontos da Billings inseridos no Grande ABC, a maioria da coletas de água foi considerada “boa”. Outros pontos, situados na altura do Parque do Estoril e do Zoológico Municipal, em São Bernardo, a água foi classificada como “ótima”.

De acordo com o gerente do Departamento de Águas Superficiais e Efluentes Líquidos, Eduardo Mazzalenis de Oliveira, o que demonstra a obtenção dos resultados positivos foi o salto do IAP 49 registrado em 2002, para 74 no passado – número que representa uma média feita a partir do IAP obtido em todos os oito pontos. “A qualidade da água na Billings, para fins de abastecimento de pública (IAP), pode ser considerada ótima, índice que é assim classificado a partir de 79”, afirmou Oliveira.

Ainda segundo o gerente da Cetesb, a mesma consideração se estende às águas da represa de Guarapiranga, cujo IAP saltou de 41, no ano retrasado, para 65 em 2003.

Já a classificação do reservatório Cantareira, que abastece 9 milhões de moradores na Região Metropolitana, inclusive a cidade de São Caetano, se manteve ótima no mesmo período, com IAP 80 em 2002 e 85 no ano passado.

Entre os motivos que levaram à elevação da qualidade das águas nos três reservatórios – que fazem parte da região do Alto Tietê – estão ações que permitiram afastar ou tratar o esgoto, segundo o presidente da Cetesb, Rubens Lara.

Na região, são exemplos a instalação das ETEs Jardim Pinheiro e Jardim Canaã (que ainda será construída), a estação elevatória do Eldorado, e o aumento do volume tratado na estação de Ribeirão Pires.

Queda – Apesar da conclusão otimista em relação à qualidade hídrica do reservatório Rio Grande, um dos dados mais relevantes apontados pelo Relatório 2003 foi a queda generalizada da qualidade das águas dos rios e dos reservatórios do Estado de São Paulo. Enquanto em 2002 72% da água coletada foi considerada de boa qualidade, no ano passado a mesma amostragem caiu para 68%.

O principal fator apontado pela equipe técnica da Cetesb como causa da queda foi a estiagem registrada em 2003 – que teve o índice pluviométrico mais baixo dos últimos 66 anos, com precipitações abaixo de mil milímetro, quando a média histórica é de 1,5 mil milímetros.

Outro fator que comprometeu a qualidade da água para fins de abastecimento de São Paulo foram os índices ruins obtidos na bacia PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), no interior do Estado.

O gerente da Cetesb disse ainda que o grande problema relacionado à poluição dos recursos hídricos do Estado continua sendo a falta de redes de esgoto. “Apenas 37% do esgoto doméstico produzido no Estado de São Paulo recebe tratamento. É um percentual ainda muito baixo, mas que supera a média das demais unidades da Federação”, afirmou Lara, que ressaltou ainda que, em relação a 2002, o total de área que dispõe de tratamento de esgoto no Estado de São Paulo aumentou 7% – o que corresponde a cerca de 2 milhões de habitantes.




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