O presidente da Bolívia, Evo Morales, empossou um novo comando militar, com a missão de mudar a mentalidade das Forças Armadas e colocá-las a serviço do povo. Esta decisão gerou um mal-estar entre alguns generais relegados, suspeitos da entrega irregular de 28 mísseis para os Estados Unidos com a intenção de que fossem desmontados.

O presidente indígena alegou não querer que as Forças Armadas continuem sendo um instrumento político. "Os generais afetados foram observados pelo governo, não estão sendo punidos, mas terão que se submeter à investigação", disse Morales.

O líder boliviano designou o general-de-brigada Wilfredo Vargas comandante-em-chefe da instituição. A nomeação foi considerada incorreta e injusta pelo general Marco Antonio Vasquez. Ele seria o sucessor direto do comando. Parentes dos militares afetados eram retirados à força do vestíbulo do palácio Quemado, onde acontecia a cerimônia de posse do novo comando.

Evo Morales, que serviu no Exército em 1978, propôs que se cumpra o serviço militar obrigatório, "para que se construa a mentalidade de um soldado que defende o território nacional, as Forças Armadas, um soldado que participa do desenvolvimento do país. É importante fortalecer nossas Forças Armadas, porque um país sem Forças Armadas não seria um país livre e soberano."

Segundo o ex-militar e atual ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, "trata-se de mudar a mentalidade das Forças Armadas e colocá-las a serviço do desenvolvimento". Já o ministro da Defesa, Walker San Miguel, anunciou que "as Forças Armadas vão se abrir para a sociedade e trabalhar arduamente para que todos os militares contribuam para o desenvolvimento, a integração e a inclusão".