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Comerciantes pedem fim de camelódromo
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
06/02/2009 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Os camelôs do Boulevard Itambé, centro de compras populares na região central de Santo André, interromperam o expediente ontem à tarde, fecharam o estabelecimento por duas horas e meia e foram até a Câmara Municipal reivindicar ao prefeito Aidan Ravin (PTB) melhores condições de trabalho. Insatisfeitos com o pouco movimento de clientes, os comerciantes pedem a extinção do espaço e querem voltar para a rua.

 Ocupando quase todos os lugares do plenário, estendendo faixas de protesto e fazendo uso da tribuna, os ambulantes pediram ao prefeito que estabeleça, com urgência, diálogo para discutirem uma política que ofereça mais atenção aos comerciantes informais.

 Sem definir a data do encontro, a Prefeitura informou que Aidan irá se reunir com representantes dos comerciantes do Itambé para buscar a melhor solução para os trabalhadores. Com o mesmo propósito, a Câmara criou ontem uma comissão com nove vereadores para deliberar sobre as reivindicações.

 Dos 133 boxes instalados no camelódromo, entre 80 e 85 estão em funcionamento e abrem todos os dias. O restante permanece fechado porque seus donos não têm mais condições financeiras de manter seus estabelecimentos, segundo os ambulantes.

 "Alguns não vendem nada. Só têm despesas com transporte e alimentação, por isso muitos já desistiram. Se comparado com o que ganhávamos na rua, as vendas diminuíram em mais de 90%. A solução é tirar todo mundo e colocar onde existe movimento adequado", afirmou o presidente da Associação dos Comerciantes Informais das Ruas de Santo André, João de Sá, 47 anos.

 Mesmo tendo sido construído em local privilegiado - próximo ao Terminal Rodoviário da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e da estação Santo André da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) -, os ambulantes reclamam que os consumidores que transitam pela região preferem o comércio no entorno da Rua Coronel Oliveira Lima ou do Shopping ABC Plaza.

 Não bastasse a ausência de clientes, os camelôs dizem que a segurança do local também passou a faltar. "Desde o fim de janeiro o bulevar está sem vigilância noturna. Não queremos mais ficar, mas, enquanto estivermos, queremos dignidade", cobrou Vera Lúcia Araújo, 56, que atualmente vende lanches no Itambé, mas trabalha nas ruas de Santo André há 26 anos.

 Em funcionamento há sete meses, o local que custou cerca de R$ 2 milhões à Prefeitura, desagradava os ambulantes mesmo antes da inauguração, que ocorreu em julho.

 Depois de aberto pela Prefeitura, os comerciantes protelaram a mudança alegando problemas estruturais, de segurança e, por fim, de ordem econômica, justificando que lucrariam menos do que quando trabalhavam nas ruas, posição que ainda sustentam.




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