Entre os cotados para ocupar o cargo estao o delegado Zulmar Pimentel e Paulo Magalhaes Pinto. O delegado Zulmar tem a preferência do ministro-chefe da Casa Militar, general Alberto Cardoso, por já ter presidido investigaçoes que resultaram na puniçao de dirigentes da PF ligados ao ex-diretor geral Vicente Chelotti, desafeto do general. Contra o nome de Zulmar pesa o fato de nunca ter ocupado um cargo de direçao e ter pouca ascendência sobre os demais colegas.
Já Paulo Magalhaes, atual superintendente da PF no Distrito Federal, tem a simpatia das entidades sindicais que representam os agentes e tem um perfil de delegado ligado ao combate do narcotráfico. Outro cotado é o general Newton Mousinho, que atua na Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). O nome do general enfrenta uma dura resistência dos policiais. As entidades sindicais ligadas a agentes da Polícia Federal prometem reagir caso o governo indique um militar para substituir o delegado aposentado Joao Batista Campelo.
O temor da indicaçao de um militar para o cargo de diretor-geral se espalhou na categoria dos agentes logo que surgiram os primeiros rumores de que Campelo nao teria condiçoes de permanecer no comando da Polícia Federal. 'A soluçao militar é gasolina no incêndio``, comentou Francisco Garisto, diretor da Federaçao Nacional dos Policiais Federais.
Segundo Garisto, a indicaçao de um nome de fora dos quadros da PF provocará uma reaçao capaz de 'unir todos os grupos adversários dentro da polícia``. Garisto reconhece, porém, que o desgaste político provocado pelas acusaçoes contra Joao Batista Campelo também afetaram a imagem da Polícia Federal. 'O linchamento dele (Campelo) foi o linchamento da instituiçao``, disse.
A Associaçao Nacional dos Delegados, embora nao adote um discurso de confronto, também prefere que o governo escolha um policial para dirigir a PF. 'De preferência, seria bom que fosse escolhido um delegado``, disse o presidente da associaçao, delegado Bolivar Steinmetz. A entidade promete que nao se rebelará se o governo preferir um militar. 'Se vier um militar, temos que aceitar``, comentou, resignado, o delegado. Ele argumentou, no entanto, que existem bons nomes entre os delegados da PF. 'Aqui nao tem só bandido``, justificou, acrescentando que, apesar das denúncias do ex-padre José Antônio Monteiro, Campelo é um delegado que tinha uma ficha funcional de bons serviços prestados à polícia.
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