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Armas e explosivos entram em aviões nos EUA, apesar do controle
Da AFP
23/09/2004 | 18:20
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Apesar dos grandes esforços empreendidos pelas autoridades americanas após os atentados de 11 de setembro de 2001, agentes à paisana conseguiram entrar em aviões com armas e explosivos nos Estados Unidos, segundo um relatório oficial publicado parcialmente nesta quinta-feira.

Esses agentes passaram pelos controles com objetos proibidos, durante uma série de testes realizados entre julho e novembro de 2003, afirma esse relatório do departamento da DHS (Segurança Interna).

Os agentes carregavam as armas ou explosivos com eles, ou nas suas bagagens de mão, destacou o inspetor-geral do DHS, Clark Kent Ervin.

Ervin não quis especificar os tipos de armas e explosivos com os quais os agentes burlaram a vigilância dos agentes da administração da TSA (segurança nos transportes), dependente do DHS.

De acordo com o USA Today, esses testes foram realizados em 15 aeroportos. O presidente da comissão sobre a aviação da Câmara dos Representantes, John Mica, citado pelo jornal, confirmou que o relatório completo mostrava falhas "grosseiras" na detecção de armas, e falhas "absolutamente medonhas" na detecção de explosivos.

"Os controles de segurança devem ser melhorados para impedir que objetos perigosos proibidos possam entrar nas áreas protegidas dos aeroportos", declarou Ervin.

Os controles de segurança nos aeroportos são da responsabilidade da TSA desde os atentados de 11 de setembro de 2001, nos quais piratas aéreos desviaram aviões e os lançaram contra as Torres Gêmeas, em Nova York, e contra o Pentágono, na capital Washington, causando quase 3 mil mortes.

Um precedente relatório do inspetor-geral do departamento da Segurança Interna já havia demonstrado, em 2003, que agentes à paisana haviam conseguido passar pelos controles de segurança com fuzis, facas e estiletes.

Desde os atentados de 11 de setembro, o controle de passageiros nos aeroportos americanos foi seriamente reforçado. Apesar disso, as autoridades americanas estão preocupadas com essas falhas, levando em conta a recente explosão em pleno vôo de dois aviões de carreira russos. O duplo atentado, que matou os 90 passageiros, foi atribuído a duas mulheres-bombas chechenas.

Acusação- O relatório publicado nesta quinta-feira destaca quatro causas para essas falhas de segurança: a formação dos funcionários da TSA, a tecnologia utilizada, os procedimentos e o 'management'. "A ausência de formação contínua levou a diversas falhas dos controles de segurança durante os testes", afirma o relatório.

O texto também preconiza "inovações tecnológicas para melhorar a detecção" das armas e dos explosivos, principalmente a instalação de máquinas de raios X que permitiriam contar com imagens em três dimensões.

Resposta- Respondendo a esse relatório, a TSA anunciou "a instalação em três grandes aeroportos - Los Angeles, JFK em Nova York e Chicago - de um novo scanner capaz de detectar rastros de explosivos nos documentos de passageiros".

Essa nova máquina havia sido instalada pela primeira vez há duas semanas, no aeroporto Washington-Reagan.




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