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É grave o quadro verificado em farmácias públicas do Grande ABC, onde a falta de medicamentos coloca em risco a vida de pacientes das sete cidades. É comum os moradores da região voltarem dos pontos de distribuição com as mãos abanando. Episódios de atrasos e falhas na entrega são cada vez mais frequentes. As principais explicações para a situação calamitosa apontam para a responsabilidade do governo federal, que realiza as compras dos produtos via SUS (Sistema Único de Saúde). Mas não se pode livrar da culpa o Estado e os próprios municípios. A obrigação de garantir o tratamento adequado aos doentes é difusa entre todos os entes federativos. Ninguém pode se eximir.
A lista de medicamentos dispensados pelos governos federal e estadual é composta de 300 itens, 134 deles comprados e distribuídos pela União. A secretaria paulista de Saúde contou à equipe do Diário que, no primeiro trimestre de 2022, houve demora ou envio abaixo da demanda de 29 remédios consumidos por pacientes do Grande ABC – 22 de responsabilidade do Ministério da Saúde. Entre as substâncias em falta nas prateleiras das farmácias públicas estão as utilizadas nos tratamentos de Alzheimer, Parkinson e leucemia. Quem possui condições de comprar as drogas em estabelecimentos privados consegue driblar o problema, ainda que momentaneamente, mas e quem não tem?
Todas as instâncias envolvidas na distribuição de remédios na região reconhecem o problema. Prefeituras, Estado e governo federal alegaram que adotam medidas para assegurar que ninguém fique sem medicamentos por período que coloque em risco a vida dos pacientes. Dada a quantidade de reclamações recolhidas pela equipe de reportagem, especialmente nos últimos dias, nota-se que os esforços têm sido insuficientes. Não se pode aceitar nenhuma justificativa que divirja do atendimento imediato das necessidades da população. Trata-se de direito constitucional – e pelo qual, diferentemente do que prega o senso comum, a sociedade paga na forma de impostos pesadíssimos.
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