Diarinho Titulo Lobinhos
Nossa lema é estar sempre alerta !

Lobinhos, escoteiros e pais trabalham lado a lado em atividades físicas e intelectuais

Renan Soares
Especial para o Diário
15/05/2022 | 08:59
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Arquivo Pessoal


Sempre alerta! Este é o lema dos escoteiros. Seja para ajudar ao próximo ou cuidar de si mesmo quanto ao seu desenvolvimento e integridade. Mas o escotismo, movimento de educação não formal presente também no Grande ABC, vai muito além do conteúdo que recheia filmes e livros que retratam o dia a dia de representantes do grupo.

"Visamos contribuir para que o jovem se empodere e assuma o próprio desenvolvimento físico, intelectual, afetivo, social, espiritual e, principalmente, do caráter", explica o diretor-presidente do 207°Grupo Escoteiro de São Caetano, Edson Kawakami, 51 anos. "Temos objetivos educacionais definidos pela organização mundial, adotados aqui no Brasil e que nós aplicamos fielmente aqui", completa o líder.

Os escoteiros, contabiliza Kawakami, são cerca de 60 milhões no mundo, sendo 110 mil no Brasil, todos a seguir e a respeitar objetivos, princípios e valores que vigoram desde a criação do movimento, fundado em 1907 por Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, na Inglaterra.

Um dos grupos são-caetanenses têm sede no Parque Cidade das Crianças, em frente ao Teatro Paulo Machado de Carvalho. Camaradagem, iniciativa, coragem e autodisciplina são valores perseguidos durante as atividades.

As funções são separadas por idade. Os lobinhos, de 6 anos e meio a 10 anos e meio, acantonam, isto é pernoitam num local com toda infraestrutura e auxílio compatível com a idade, dentre outras atividades. "Sou lobinha da alcateia Lobo Cinzento", orgulha-se Lavinia Aparecida Michelon, 9. "O que aprendo aqui levo para a escola, onde ensino meus amigos. É bem legal. Aprendi que as pessoas são diferentes."

Lavinia revela que aprendeu, entre muitas outras coisas, a cuidar do meio ambiente, ouvindo histórias, participando de jogos e atuando em peças de teatro. Todas as atividades são acompanhadas pela mãe, a professora de biologia e ciências Karen Michelon da Cruz, 40, que tem uma outra filha ­ Camila Aparecida, 13 ­ no escotismo.

"Toda vez que sou questionada sobre (a participação das filhas no) grupos de escoteiro, inicio sempre com a mesma frase: foi a minha melhor decisão como mãe", conta Karen. "Quando iniciei minha jornada como mãe de lobinha tinha uma criança de 8 anos muito tímida, com medo de ser julgada. Lá, ela e a irmã desenvolveram habilidades diversas, criaram laços, fizeram amigos e hoje são seguras. Como mãe, já torci, me emocionei, já chorei sozinha e junto com elas."

Os escoteiros de 11 a 14 anos também fazem atividades culturais, voltadas a programas educativos e com objetivos educacionais. Os programas são realizados em equipes e patrulhas com um pouco mais de independência.Eles podem acampar, fazer estruturas no campo e cozinhar a própria comida.

É o caso de Fernando Porto, 12 anos, que faz parte do movimento há seis. "O grupo de escoteiros é uma grande família. Eu amo. O que mais gosto são a amizade, a união, a confiança. Fazemos muitas atividades e em todas aprendemos alguma coisa muito importante. Acampar, aprender a trabalhar em equipe e a se ajudar, estarmos juntos. Levamos os amigos escoteiros para a vida. Essa amizade é especial e o que aprendemos tentamos passar à frente. Lá eu posso ser eu mesmo, eles me respeitam mesmo com as minhas limitações", conta Fernando Porto,portador do espectro autista.

Fernando participa do mesmo grupo que o irmão Miguel, 16. A mãe dos irmãos é uma das chefes de seção (alcateia, dos lobinhos) e conta que a experiência mudou a vida de sua família. "Nós entramos no movimento escoteiro por causa do meu filho mais novo. Estávamos trabalhando na socialização dele e vimos a evolução dentro do movimento escoteiro. Posso dizer com bastante orgulho que o movimento mudou toda a nossa família. Primeiro entraram meus filhos; depois eu acabei entrando para ajudar. Por fim, meu marido também entrou e hoje somos uma família escoteira", conta Raquel Porto, 43.

Segundo Kawakami, os pais se dedicam muito ao escotismo. Eles abraçam atividades de apoio do movimento, como o auxílio na cozinha, na administração e até cuidando da lojinha. "As mães colocam o maior tesouro delas sobre a responsabilidade dos escoteiros; naturalmente o envolvimento vem", diz o diretor-presidente.

O 207° Grupo Escoteiro de São Caetano ainda tem vagas para escoteiros de 14 a 17 anos, considerados seniores, e de 18 a 21 ­ ao atingir esta idade, os escoteiros passam a fazer parte da chefia, ficando à frente do processo. As atividades acontecem aos sábados, das 14h30 às 17h30. 




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