O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou R$ 46 bilhões entre janeiro e maio, ampliando em 41% os desembolsos da instituição na comparação com o mesmo período de 2009. Do total liberado, 40% foram para o financiamento do setor de bens de capital, que impulsiona os investimentos na economia.

A carteira de financiamentos do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que tem taxas de juros reduzidas subsidiadas pelo Tesouro Nacional, acumulou R$ 18,4 bilhões liberados. Desde que foi criado, em julho do ano passado, o PSI já desembolsou R$ 36,6 bilhões e tem outros R$ 55,6 bilhões contratados.

A produção de bens de capital registrou, em maio, o 14º crescimento consecutivo na medição industrial do IBGE, que ficou estagnada. O segmento teve alta de 38,5% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2009.

Para o superintendente da área de planejamento do BNDES, Cláudio Leal, a expansão do crédito do banco para produção e aquisição de equipamentos industriais e veículos comerciais - como ônibus e caminhões - está influenciando a recuperação da taxa de aporte na economia.

"O investimento está crescendo acima das demais componentes do PIB. O PSI foi decisivo para sustentar os níveis de desenvolvimento durante a crise e vemos que os recursos estão espalhados pelos setores, bastante generalizados", afirmou Leal.

Segundo ele, a demanda nas linhas do PSI ainda está aquecida e não deve se alterar muito com o aumento de 4,5% para 5,5% a taxa anual de juros usada nas principais operações do programa.

Além de diminuir o impacto fiscal da equalização feita pelo Tesouro, Leal afirmou que a elevação dos juros do PSI acompanha a da taxa básica de juros (Selic) e a da inflação, tem impactado pouco o custo do crédito. Ele ainda crê que o fim do PSI marcado para dezembro vai antecipar decisões de investimento.