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Crise chechena compromete êxito da cúpula de Istambul
Do Diário do Grande ABC
18/11/1999 | 17:03
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A crise na Chechênia trouxe consigo o adiamento da assinatura de um documento histórico sobre a segurança na Europa na cúpula da Organizaçao para Segurança e a Cooperaçao na Europa (OSCE) em Istambul e poderia inclusive comprometer o sucesso da reuniao. A cúpula da OSCE nao chegará a nenhum acordo se os russos nao modificarem sua posiçao sobre a Chechênia, advertiu esta quinta-feira o presidente da organizaçao em Istambul.

"Estamos perto de um acordo" sobre a carta de segurança européia, declarou o presidente em exercício da OSCE e chanceler norueguês, Knut Vollebaek, "mas nao quero esconder o fato de que muitas delegaçoes" vêem uma relaçao entre os diferentes documentos que devem ser adotados na cúpula.

"É por isso que temos que constatar uma flexibilizaçao da posiçao russa sobre a Chechenia para chegar se chegar ao momento de assinar a carta, como está previsto".

O ministro norueguês das relaçoes exteriores destacou que a OSCE pedia três coisas a Rússia: que aceite a abertura de um escritório da OSCE na Inguchétia, república vizinha da Chechênia, para se ocupar dos refugiados; o envio de uma missao da OSCE a Chechênia; que aceite uma mediaçao política da OSCE no conflito imediatamente depois que as condiçoes no terreno o permitam.

"Até o presdente essas demandas nao foram satisfeitas", declarou Vollebaek.

O presidente francês, Jacques Chirac, ameaçou em nao assinar nem a carta nem um tratado sobre desarmamento convencional na Europa se a Rússia nao se comprometer firmemente a aplicá-los.

"Chirac disse que a França decidirá se assina ou nao esses documentos em funçao dos compromissos que serao tomados durante a cúpula". "A carta está pronta", informou o chefe da diplomacia alema, Joschka Fischer, à imprensa, "mas ainda nao há negociaçoes sobre a parte chechena da declaraçao final. Se nao houver acordo, nao sei se a carta será firmada, advertiu.

Um diplomata europeu explicou que os negociadores russos tinham aceitado durante a noite uma formulaçao de compromisso. A Rússia, no começo, rejeitava toda fórmula que reconhecesse um direito de observaçao da OSCE nos assuntos internos de um Estado membro.

Depois de um duro discurso do presidente russo Boris Yeltsin, prosseguia uma nova sessao de conversaçoes nesta quinta-feira a tarde.

Como estava previsto, Yeltsin partiria no final desta mesma tarde de Istambul, deixando seu chanceler, Igor Ivanov, terminar os trabalhos, informou sua delegaçao.

Além da carta de segurança, a cúpula deve firmar um tratado limitando as Forças Convencionais na Europa (FCE) e adotar uma declaraçao final.




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