Cebola e batata ficaram na lista dos mais caros; produtos de limpeza e higiene tiveram retração
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O valor da cesta básica em abril foi de R$ 1.070,68 no Grande ABC. Pela primeira vez em 2022, esse total diminuiu na comparação mensal, indicando menos R$ 19,85 nas despesas de supermercado. Os dados da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) registram queda de 1,82%. O total atingiu os quatro dígitos em janeiro e em março correspondeu a 90% do salário mínimo (R$ 1.212). O levantamento feito pela entidade considera os preços de 34 itens de consumo básico para uma família com quatro pessoas, dois adultos e duas crianças.
Os cinco produtos mais caros neste mês foram a cebola (43,24%), sabão em p ó ( 3 8 % ) , b a t a t a (33,42%), leite longa vida (13,77%) e bolacha doce (12,87%).
O engenheiro agrônomo responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá De Benedetto, aponta que o aumento do combustível e instabilidades do dólar seguem prejudicando os balanços. "A cebola vem, em sua maioria, do Sul do País, que enfrentou períodos de seca. Por outro lado, tivemos um verão muito úmido, que atrapalhou o cultivo da batata. As mudanças climáticas e altas nos pesticidas e fertilizantes também são determinantes." No caso do leite, nota-se que ele não sofreu pequenas alterações em outros meses. Por isso, os reajustes se acumularam.
Já os produtos de limpeza e higiene pessoal foram os que causaram a retração no preço total da cesta básica. Dentre os quedas, estão o sabão em barra (-41,21), sabonete (-18,89%), creme dental (-11,54%) e papel higiênico (-9,3%). "Agora, com a diminuição do isolamento social, as pessoas conseguem ir a outros estabelecimentos e pesquisar melhor os preços. Isso fez total diferença".
Os ovos brancos, que estavam entre os mais caros de março, marcaram declínio de 6,88%.
As formas que a tatuadora Caroline Neves, 27 anos, moradora da Vila Humaitá, em Santo André, encontrou para economizar foram diminuir o consumo de industrializados, optar por compras em feiras e inventar novas receitas para diversificar as refeições sem gastar muito. "Quando vou ao supermercado, só o ''básico do básico'' já está muito caro", lamenta,
Segundo o operador de mercado Fábio Ribeiro, 39, do Jardim Progresso, em Santo André, as feiras não são uma opção viável para ele. "Não é uma boa escolha porque também estão com preços altos. Esporadicamete, ao invés de comprar em grandes mercados, vou em quitandas de vila", explica.
Na prévia da inflação oficial do Brasil de abril, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), tomate, cenoura, óleo de soja e pão francês tiveram altas em todo país.
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