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O custo do prato de comida
Do Diário do Grande ABC
11/04/2022 | 08:03
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A reportagem que ilustra a manchete desta edição do Diário traduz uma dura realidade vivida por boa parte da população que mora na região e traz um reflexo ainda mais duro da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19.

Em um mês, a cesta básica do Grande ABC, composta por 34 itens de necessidades básicas para o consumo de uma família de quatro pessoas, aumentou 8,16%, somando R$ 82,31 ao preço final.

Em março, segundo levantamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), para comprar a cesta era necessário pagar R$ 1.090, o que corresponde a 90% do valor do salário mínimo, que é de R$ 1.212. Agora imaginemos essa mesma família, supondo que a renda seja de um salário. Significa dizer que sobrariam 10% para custear todas as demais despesas da casa.

E o pior é que a alta no valor da cesta foi puxada justamente por produtos que vinham substituindo a carne, como frango e ovos. Tomate foi o líder do reajuste. Análise do engenheiro agrônomo da Craisa mostra que esse efeito em cadeia tem elevado as contas das famílias, que também foram impactadas pelo aumento dos combustíveis. Somado a tudo isso está o grande número de desempregados que ainda sofrem mais para garantir o sustento de casa.

Agora, quando parece que as atenções não precisam mais estar totalmente voltadas ao combate da pandemia, é necessário que o poder público possa enxergar caminhos para que esses cidadãos consigam garantir o prato de comida. É necessário estender a mão e ampliar políticas de proteção às famílias.

Isso explica em parte o aumento no número de cestas básicas distribuídas por entidades sociais e prefeituras da região. Para o momento emergencial, resolve. Mas não é o suficiente. É preciso fazer com que essa preocupação, de ter comida em casa para a próxima refeição, pare de atormentar as famílias mais carentes do Grande ABC 




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