O presidente de Microsoft, Bill Gates disse que fica "pasmo" com a pouca consciência da opinião pública mundial sobre a magnitude dos problemas causados pela AIDS.
Considerada a doença contagiosa mais mortal, a AIDS mata 500 mil crianças e 2,5 milhões de adultos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A malária e a tuberculose também dizimam milhares de pessoas anulamente em países pobres.
Gates anunciou a doação de US$ 100 milhões de sua fundação para a pesquisa da vacina contra a AIDS e pediu aos colegas dele para seguirem o exemplo. "As empresas devem incluir essa questão na ordem do dia", frisou.
Também pressionou o próprio governo dos Estados Unidos para que aumente as verbas para a pesquisa da doença relacionada ao vírus HIV.
Os "EUA têm que se esforçar para dispenderem ao menos a metade da generosidade que países como a Noruega, a Dinamarca, a Finlândia, a Suécia ou a Holanda gastam por habitante com esses males", disse.
O magnata da informática se queixou do enfoque desse assunto na imprensa. Lembrou que, um acidente de avião na Índia com 400 pessoas a bordo atrai mais atenção da mídia do que as 4 mil crianças que morrem diariamente no país por causa de doenças facilmente curáveis. A crítica foi feita durante um dos 300 debates organizados no Fórum de Davos, na última quinta-feira à tarde.
O presidente sul-africano Thabo Mbeki apoiou as queixas e denunciou o círculo vicioso das doenças e da pobreza. Para ele, a questão essencial para os países periféricos é procurar medicamentos mais baratos.
Citou o exemplo do acordo feito pela África do Sul com o laboratório americano Pfizer, que aceitou fornecer por dois anos uma vacina contra a meningite para o país.
Desse modo, a África do Sul economizou US$ 50 milhões. "Estou convencido de que se continuarmos com programas desse tipo, vamos bater com força nessas doenças causadas pela pobreza e que geram mais pobreza", disse.
A diretora-geral da OMS, Gro Harlem Brundtland aproveitou para pedir aos laboratórios mais contribuição com a saúde dos países pobres.
A chefe lembrou que cinco multinacionais se uniram às Nações Unidas para melhorar o tratamento da AIDS em países pobres. Esse programa durou nove meses e trouxe "resultados prometedores" em três países africanos além de "boas perspectivas" para outros 20.
"Mas dá para fazer muito mais", acrescentou.
"Caso as empresas se comprometam a melhorar a saúde no mundo, seria diferente", afirmou.
"Esses acordos podem sair, mas são frutos de alianças entre os setores privado e público", acrescentou Gro Harlem Bruntland.
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