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Conservador Lech Kaczynski é o novo presidente polonês
Da AFP
23/10/2005 | 21:41
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O conservador Lech Kaczynski, do partido Direito e Justiça (PiS), venceu neste domingo o segundo turno das eleições presidenciais da Polônia com mais de 55% dos votos, segundo números oficiais após a apuração de 60% das urnas.

Kaczynski, de 56 anos, obtinha 55,44% de votos, enquanto o liberal Donald Tusk (Plataforma Cívica), de 48 anos, recebia 44,56%, informou a Comissão Eleitoral Nacional depois da apuração de 60,19% das urnas.

"Senhor presidente, missão cumprida", disse Kaczynski no comitê eleitoral do PiS, no centro de Varsóvia, a seu gêmeo idêntico Jaroslaw, que chefia o partido e que no mês passado recusou o cargo de primeiro-ministro para não comprometer as chances de seu irmão se eleger presidente.

Mesmo antes da divulgação do resultado oficial, Kaczynski fez um apelo ao seu partido e à adversária Plataforma Cívica para que formem um novo governo rapidamente.

Nas eleições legislativas de 25 de setembro, o Direito e Justiça obteve uma apertada vitória de três pontos sobre os liberais de Tusk. Os dois partidos têm juntos uma confortável maioria de 288 cadeiras no Parlamento polonês, com 460 assentos.

"Quero pedir aos amigos da Plataforma que concluam rapidamente as negociações para a formação do novo governo", declarou o novo presidente.

Kaczynski, que disputou as eleições na chapa do partido que ele ajudou a fundar em 2001, vencedor das eleições legislativas do mês passado, é um conservador, cujo partido, paradoxalmente, defende a intervenção do Estado na economia e apóia a ajuda social aos menos favorecidos.

Sua campanha espelhou seu conservadorismo, seu catolicismo tradicional, e mexeu com o nacionalismo polonês e as iniqüidades sociais que ainda estão aparentes no país, apesar da florescente economia desde que a Polônia ingressou na União Européia, no ano passado.

Nos últimos dias de sua campanha, Kaczynski declarou guerra aberta ao liberalismo, que lhe rendeu o apoio do partido Samoobrona, cujo líder, Andrzej Lepper, é um antiliberal radical.

Sua postura antigay - por duas vezes ele proibiu passeatas do Orgulho Gay pelas ruas de Varsóvia - lhe rendeu o apoio dos eleitores católicos conservadores.

O resultado foi uma reviravolta surpreendente frente ao que previam as pesquisa de intenção de voto desde julho, quando Tusk assumiu a liderança da corrida presidencial.

Sua liderança diminuiu nos últimos dias da campanha e na sexta-feira uma pesquisa chegou a indicar Kaczynski na liderança, embora com uma pequena margem de menos de 0,5 ponto percentual.

O novo presidente polonês - o terceiro a ser eleito livremente desde o fim do comunismo, em 1989 - prestará juramento em 23 de dezembro, quando Aleksander Kwasniewski, que permaneceu no cargo por dois mandatos, deixará o poder.




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