O ex-prefeito de São Bernardo e pré-candidato a sucessão municipal, Maurício Soares (PSB), já começa a dar sinais mais claros de que poderá sair da disputa nos próximos dias. Prova disso é que revelou ao Diário que, caso desista da campanha, não estará ao lado do deputado estadual Orlando Morando (PSDB), também pré-candidato a prefeito.

 “Se eu sair da disputa, proque terei de subir no palanque dele? Não tenho motivo para isso.” Mas ele impôs uma condição para mudar de idéia: “Só se eles me implorarem. Aí eu posso pensar na possibilidade.” 

 O socialista – que retorna amanhã de Minas Gerais – afirmou que o tucano também não terá seu voto. “Se renunciar, não votarei no Morando. Votarei em outro. Aí vou escolher entre o Luiz Marinho (PT), Tito Costa (PTB) ou um dos Manente (OTávio ou Alex, ambos do PPS).”

 Outro sintoma de uma possível renúncia é o discurso de que não manterá a candidatura caso haja a debandada de todos os partidos aliados. “Não posso ser o candidato de mim mesmo. Muitos que estavam comigo já estão apoiando a candidatura do Orlando Morando. Se ficar reduzido a uma expressão pequena, inviabiliza minha candidatura. Seria uma estupidez prosseguir. Mas não posso fazer nada para evitar isso. Isso sem falar que parte do PSB já debandou”, afirmou o ex-prefeito.

 Maurício disse acreditar que o prefeito William Dib (PSB) pode estar avalizando a mudança de lado das legendas. “Tudo o que acontece na cidade o Dib está por trás. Ele não está ausente de nada. O prefeito tem influência e tem ciência disso tudo.”

 O ex-chefe do Executivo disse que cobrará do prefeito William Dib (PSB) uma definição sobre o anúncio do apoio e se ele conseguiu unificar o grupo, que se dividiu após a ruptura da chapa Maurício-Morando. “O prazo de 10 dias venceu no dia 20. Mas acredito que ele fará algum anúncio na segunda-feira. Se ele não falar nada, subo no gabinete dele e peço uma definição.”

 Ele ainda falou: “Se o prefeito disser que estamos todos juntos, aí vamos em frente. Eu quero ser o candidato a prefeito da unidade. Sem essse consenso, deixo para o Orlando.”

 O socialista também rejeitou a hipótese de trocar a posição original da campanha: ele agora saindo a vice e o Orlando encabeçando a chapa. “Sem chance. Já fui prefeito três vezes e agora vou ser vice? Seria algo humilhante. Não há necessidade de passar por essa humilhação.”

 Ele disse que não esperava que passaria por isso, principalmente após ter sido anunciado por Dib, no ano passado, como o candidato governista. “Muitas vezes as coisas acontecem por acaso ou por conluio. Não dá para saber exatamente o que ocorreu. Só sei que estou perdendo força e minha campanha já está muito pequena. Me sinto como se me tivessem pondo para fora.”

 Maurício voltou a dizer que, na hipótese de abrir mão da pré-candidatura, irá encerrar a carreira política. “Aí eu paro”. Sobre a possibilidade de assumir um cargo no governo federal, ele afirmou: “Não tenho interesse.” No meio político de São Bernardo, os comentários são de que poderia assumir um ministério ou até a embaixada do Brasil em Roma.