O senador gaúcho, que é advogado de formaçao, explicou que manteve-se calado até agora, refreando seu impulso natural à tribuna, por sentir-se na posiçao de juiz. Disse que ouviu e ponderou com toda a atençao os argumentos da acusaçao e da defesa no Conselho de Ética e de Decoro Parlamentar e na Comissao de Constituiçao e Justiça. "Ouvi com atençao redobrada as manifestaçoes da defesa e os discursos do senador Luiz Estevao", comenta Simon.
Com a nova prova, Simon avalia que Estevao deve ao Senado e ao País um "desmentido à altura da acusaçao". E considera que "derrubar a veracidade deste bilhete se transformou, para o senador Luiz Estevao, numa questao de vida ou morte".
O senador concluiu sua nota dizendo que o bilhete, que reforça a acusaçao de que Estevao era o dono da Incal, responsável pelo desvio de recursos do Fórum Trabalhista de Sao Paulo, pode afastar a dúvida de consciência do Senado, "e poe todos nós, senadores sérios e honrados, em julgamento perante a consciência da Naçao".
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), relator do processo contra Estevao na CCJ, também acredita que o bilhete ajuda o convencimento dos senadores, e que fica difícil para o acusado reverter a tendência de cassaçao. "Quem tinha dúvida no Senado, começa a se convencer com esses documentos que estao aparecendo a conta-gotas."
Segundo Tuma, os documentos reforçam também a visao dos membros da Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) do judiciário de que Estevao, dificultou as apuraçoes sobre a sede do TRT paulista.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) também acredita que a nova denúncia dificulta a defesa de Estevao. No mínimo, segundo Dutra o bilhete criará um constrangimento adicional aos senadores que estivessem buscando uma justificativa para votar a favor do acusado.
Mas Dutra ainda é cauteloso com o resultado da votaçao no plenário, principalmente com o que ele classifica de chantagem emocional que estaria sendo feita por Estevao, inclusive com parentes seus visitando as mulheres de senadores. "Se o voto fosse aberto, ele seria cassado com certeza, mas com o voto fechado, o grau de imponderabilidade é maior", avalia Dutra.
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